por David Catchpoole
Como a libélula consegue fazer suas acrobacias aéreas, tão exigentes em termos de energia – voar para frente e para trás, rápido, devagar ou pairando – e continuar voando por períodos tão extensos?
A resposta, em parte, é porque ela tem quatro asas.
Enquanto muitos insetos voadores usam apenas um único par de asas (e, aliás, muito bem (1)), as libélulas têm “musculatura incomum”, que permite a ela mover cada uma de suas asas independentemente (2), o que é um fator chave em sua habilidade de executar “acrobacias surpreendentes” (3).
Pensava-se que esse bater de asas dessincronizadas tivesse um custo, isto é, a redução da altura a que o inseto poderia se elevar.
Porém, bioengenheiros construíram uma versão robótica da libélula, anexando sensores à base das asas do robô, com a finalidade de registrar as forças de sustentação e arrasto, permitindo que os pesquisadores calculassem a aerodinâmica com eficiência (4,5). E percebeu-se que, com esse bater de asas (flapping), as asas traseiras podem extrair energia extra da corrente de ar mandada pelas asas dianteiras, reduzindo as necessidades energéticas da aerodinâmica mais de 22%, comparado com um único par de asas. Este mecanismo, os pesquisadores explicaram, “é diretamente análogo àquele explorado por rotores de contra-rotação coaxial, exemplificada por helicópteros como o Kamov Ka-50” (4).
E mais: as libélulas têm a flexibilidade de escolher entre bater as asas com ou sem sincronia. Quando decolando, por exemplo, elas sincronizam o flapping, pois assim são capazes de se elevar e acelerar melhor que se usassem apenas duas asas, ou quatro asas dessincronizadas.
Com esse novo insight sobre a eficiência da aerodinâmica do flapping dessincronizado, os engenheiros esperam aplicá-lo na próxima geração de micro-veículos aéreos.
Como um importante engenheiro explicou, a vida útil de uma bateria limita a quantidade de tempo que um micro-veículo aéreo pode permanecer no alto, assim “quaisquer truques que melhorem a eficiência aerodinâmica serão calorosamente recebidos. (5)”
Desafia a razão sugerir que um acróbata aéreo como a libélula, que otimiza a eficiência energética, não foi intencional e inteligentemente projetado.
De fato, os pesquisadores envolvidos neste estudo de eficiência aerodinâmica aparentemente reconhecem a dificuldade que encontram apresentada pelo modelo evolucionista, largamente aceito, que postula que as libélulas de quatro asas (tetrápteras) surgiram muito antes (isto é, são “mais primitivas” que) os dípteros (de duas asas):
“É preciso ter cautela quando interpretamos o significado biológico das observações acima. Sugerir uma vantagem evolutiva tanto às formas dípteras como às tetrápteras é insensato, considerando o sucesso e diversidade das moscas (Diptera), e também a manutenção da forma tetráptera pelas libélulas, desde o Carbonífero. (4,6)”
Com certeza faz muito mais sentido dizer que tanto as libélulas tetrápteras como as moscas dípteras foram projetadas para fazer o que fazem. E o que fazem, fazem bem-feito!
Referências e notas
(1) Veja Wieland, Carl., Why a fly can fly like a fly, Journal of Creation 12(3):260-261, 1998; www.creation.com/fly.
(2) Apenas libelinhas e libélulas possuem quatro asas capazes de se mover independentemente. Outros insetos, como as borboletas, abelhas e cigarras, têm quatro asas, mas sincronizam o movimento dos dois pares, e o efeito é semelhante a ter apenas duas asas.
(3) Sarfati, J., Astonishing acrobatics – dragonflies, Creation 25(4):56, 2003; www.creation.com/dragonfly.
(4) Usherwood, J. e Lehmann, F., Phasing of dragonfly wings can improve aerodynamic efficiency by removing swirl, Journal of the Royal Society Interfare 5(28):1303-1307, 13 maio 2008.
(5) Tatalovic, M., Lord of the wings, ScienceNOW Daily News, www.sciencenow.sciencemag.org/
(6) O fato de formas vivas e fósseis serem as mesmas, a despeito dos supostos “milhões de anos de evolução”, entretanto, é um grande desafio para os evolucionistas, embora eles nem sempre admitam isso. Veja Bell, P., Evolutionary stasis – Double-speak and propaganda, Creation 28(2):38-40, 2006; www.creation.com/stasis.
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