domingo, março 13, 2011

O problema da herança quantitativa ou poligenética

A selecção genética ou selecção de grupo são usadas para explicar características altruístas; características que são prejudiciais para o indivíduo mas benéficas para os outros.

Um dos grandes evolucionistas do século 20, o marxista Stephen Jay Gould, aceitou a validade destes mecanismos no entanto criticou a selecção genética.

A selecção [natural] simplesmente não pode ver genes e escolhê-los directamente. Ela usa corpos como intermediários. Um gene é um bocado de ADN escondido dentro duma célula. A selecção vê corpos.

Ela favorece alguns corpos porque são mais fortes, mais isolados, chegam mais cedo à maturidade sexual, mais ferozes em combate ou mais atractivos de se contemplar. ... Centenas de genes contribuem para a construção da maioria das partes corporais e a sua acção é canalizada através de uma série de influências ambientais caleidoscópicas.

As partes não são traduzidas em genes, e a selecção não opera directamente nas partes corporais. Ela aceita ou rejeita organismos inteiros porque conjuntos de partes, interagindo de formas complexas, conferem vantagem.
(Gould, 1980, "The Panda's Thumb", página 89-90)

Stephen Gould tem objecções contra a selecção genética porque os traços corporais observáveis não são o resultado de apenas um gene actuando isoladamente, mas sim o resultado de centenas de genes a agirem em unidade.

Isto está correcto da parte do evolucionista Gould, mas o que ele não se apercebeu é que o mesmo argumento pode ser usado contra toda a teoria da evolução.

Gould pôs o dedo na ferida duma das maiores dificuldades da genética evolutiva - o problema dos muitos genes. A maioria dos traços físicos são determinados por vários genes. Este fenómeno tem o nome de poligénica ou herança quantitativa. A disseminação deste fenómeno na biosfera é um problema grave para a mitologia neodarwinista.

Imaginem uma nova característica benéfica que surge devido a uma combinação rara de cinco genes. Devido à reprodução sexual cada gene tem 50% de hipóteses de vir a fazer parte da composição genética da descendência. Portanto, a característica que resultou dos cinco genes tem uma chance em 32 de ser herdada. Isto é uma probabilidade de 3%, e não os normais 50% quando apenas um gene está envolvido.

Se uma fêmea tem em média menos de 32 descendentes (o que é a norma entre os vertebrados superiores), então a característica poligénica desapareceria rapidamente. É devido a isso que os traços corporais que envolvam muitos genes são embaraçosos para a teoria da evolução.

Esta é a razão principal que leva os evolucionistas a dar explicações que envolvam apenas um gene. A "explicação" assume que uma característica ou traço equivale a um gene. Depois disto eles "explicam" a origem desse traço como a origem desse gene singular.

Este tipo de "explicação" é mais simples de fazer, e é por isso que os evolucionistas a usam com frequência.


Fonte: "The Biotic Message", página 193.

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