Um estudo canadiano revela que os homens, quando comparados com as mulheres, apresentam uma predisposição maior para viver sem pensar. A descoberta ocorreu acidentalmente durante uma pesquisa sobre esquizofrenia.
Investigação descobriu diferenças entre os sexos Enquanto o cérebro das mulheres consegue atender inúmeras solicitações ao mesmo tempo, o cérebro dos homens entra mais frequentemente em repouso, revela o estudo liderado por Adrianna Mendrek, investigadora canadiana do departamento de Psiquiatria da Universidade de Montreal.
Na verdade, os homens são mais dados a viver do que a pensar, menciona o trabalho dos investigadores que chegaram à conclusão que os cérebro masculino entra com maior facilidade em repouso durante uma pesquisa sobre esquizofrenia.
"Na realidade, os cérebros estão sempre activos. É uma questão de intensidade, mas podemos dizer que o cérebro dos homens repousa mais do que o das mulheres", explicou Adrianna Mendrek, em declarações ao jornal francês "Le Figaro".
Segundo a investigadora, existe uma explicação neurológica para esta característica que dota os homens com a capacidade "de não pensar em nada". A actividade neural do cérebro é maior em pessoas do sexo feminino, por isso o cérebro dos homens entra em repouso com mais facilidade.
A descoberta surgiu por mero acaso, já que a área de estudos de Adrianna Mendrek é a esquizofrenia - um transtorno mental que difere entre os sexos em termos de idade de início, sintomatologia, resposta à medicação e anormalidades estruturais do cérebro. Nesse contexto, analisou diversos sujeitos de ambos os sexos afectados por esta doença e comparou a sua actividade cerebral.
"Nós fomos os primeiros a relatar as diferenças sexuais no funcionamento do cérebro de esquizofrénicos", assevera Adrianna Mendrek.
O estudo envolveu 42 pessoas sem a doença, com idades compreendidas entre os 25 e 45 anos, que foram submetidas a uma tarefa de rotação mental, a partir de uma figura a três dimensões, com a finalidade de medir a actividade cerebral através de ressonância magnética. Essa medida de actividade neural foi registada quando os sujeitos, de ambos os sexos, repousavam.
Foi na sequência deste estudo que a equipa de Mendrek verificou que as mulheres se encontravam em auto-avaliação sobre aquilo que tinham acabado de fazer e a pensar naquilo que iriam realizar posteriormente. Os homens, por sua vez, apenas descansavam completamente.
Contudo, a investigadora assume que, ainda, não se encontra em posição de referir qual é a parte da pressão social ou quais as hormonas biológicas que diferenciam os dois sexos.
A equipa está, ainda, a medir os níveis de estrogénio e testosterona. Resta saber quais as medidas de actividade cerebral que devem ser exactamente observadas, a fim de possibilitar uma ligação entre os papéis das hormonas e da pressão social nas mulheres relativamente aos homens.
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