terça-feira, março 23, 2010

Mito: Religião causa mais mal que bem

Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.
Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.
Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.
Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Mateus 7:17-20

Os ateus contemporâneos não só acusam a religião de ser um mal para a civilização como também alegam que as sociedades seriam mais saudáveis e mais seguras sem crenças religiosas. Hitchens, por exemplo, no seu livro "God is Not That Great", pergunta se o efeito da religião é positivo ou negativo. "Será que a religião causa mais mal que bem?" (p. 217). Como seria de esperar, a sua resposta é um "Sim!" ressonante.

A religião é a causa de todos os males sociais, segundo Hitchens. O subtítulo provocativo do seu livro - "Como a Religião Envenena Tudo" - parece implicar que a religião apenas causa o mal e nada mais.

Isto pode parecer estranho para o resto da população, mas temos que nos lembrar que o ateísmo rege-se de uma realidade virtual e não de factos e dados.

A sabedoria comum da humanidade sempre considerou que a religião torna as pessoas melhores e não piores. A nossa experiência suporta esta posição.

[OBS: Todas as referências aos efeitos positivos da religião serão sempre em referência ao judeu-cristianismo e não a qualquer outra religião.]

Quais são as evidências que os ateus usam como forma de mostrar os malefícios da religião? Donde é que lhes veio a mente tão extravagante crença? Após algum escrutínio, as "evidências" que são avançadas pelos ateus são tudo menos sólidas.

As "evidências"

Em vez de se examinarem os ensinos religiosos contextualmente como forma de descobrir os seus efeitos na sociedade, Hitchens, por exemplo, oferece "evidências" anedóticas como forma de suportar a crença de que a religião é má para a sociedade.

Ele começa o 13º capítulo do seu livro, cujo título é "Será Que a Religião Faz Com Que as Pessoas se Comportem Melhor?" com um ataque pessoal a Martin Luther King Jr (MLK). Ele faz uma asserção matreira mas absurda. Ele lança a questão se o cristianismo de MLK tornou-o numa melhor pessoa. Ele mesmo responde que sim, MLK fez uma vasta gama de coisas boas na sociedade na área dos direitos civis mas, e aqui está a gema do seu argumento, MLK não era um cristão.

Ele pode ter dito que ele era cristão, pensado que ele era cristão mas ele estava enganado. Hitchens sabe mais do que ele sobre a sua própria fé.

Hitchens afirma que "em nenhuma maneira real, em oposição a nominal, era [MLK) um cristão" (p. 176). Que tipo de retórica o malabarista semântico usa como forma de chegar a esta conclusão? Bem, Hitchens sabe que MLK não era um cristão porque ele não advogou o recurso a violência e nem ameaçou outras pessoas com o inferno. Portanto MLK não era um verdadeiro cristão.

Isto é a mesma coisa que afirmar que o Hitchens não pode ser um ateu porque ele demasiado boa pessoa.

Régua Viciada.

Como é que os neo-ateus explicam, portanto, as inegáveis contribuições positivas do Cristianismo para a sociedade? Eles essencialmente usam o tipo de lógica usada por Hitchens em relação a MLK: se um cristão fez coisas boas, então ele não era um "verdadeiro cristão". Se outra pessoa fez coisas más, então essa pessoa era religiosa, independentemente das evidências para o contrário. Portanto esta "régua" de medir está viciada contra o Cristianismo.

Hitchens e os da sua tribo ateísta afirmam seguir o princípio Bíblico de julgar uma árvore pelos seus frutos, mas quando eles examinam a árvore do cristianismo, eles apenas levam em consideração as coisas más que os cristãos fizeram e nunca as coisas boas. Os inúmeros santos, génios e benfeitores encorajados pela fé cristã pura e simplesmente não contam para nada.

Benefícios Sociais da Fé Cristã.

Durante o processo de elaboração do seu argumento, os ateus que seguem a linha de pensamento de Hitchens privam-se de considerar as praticamente incontáveis formas que o Cristianismo beneficiou o mundo que hoje conhecemos.

O que dizer dos inúmeros hospitais construídos por cristãos? O que dizer das ordens de freiras estabelecidas para cuidar dos enfermos ou educar crianças? Eu pessoalmente conheço pessoas não-cristãs que, a determinada altura da sua vida, e apesar de não serem cristãs (algumas são muçulmanas), foram abençoadas em estudar em centros de aprendizagem erigidos por cristãos. O que dizer das sopas dos pobres ou dos orfanatos? O que dizer da preservação da literatura clássica e dos tesouros artísticos e literários?

Em vez de usar coisas que o Cristianismo ensina ou promove, os ateus enumeram coisas que o Cristianismo não fez para melhorar o mundo, ou coisas que não fez suficientemente bem, ou ainda coisas que não as fez suficiente depressa.

Este tipo de pseudo-metodologia pode ser usado para desacreditar qualquer coisa.

Tomemos o exemplo uma das mais benéficas disciplinas que existe: a medicina. Imaginemos que iríamos estudar os maiores erros alguma vez cometidos no nome da medicina através da História - desde as cirurgias mal feitas, o uso de sanguessugas para tirar sangue, perfuração crânio, as demoníacas experiências médicas efectuadas pelos eugénicos nazis, etc - e usássemos essa pesquisa como uma acusação ao ramo médico por inteiro.

Durante a última parte de século 19, por exemplo, a pseudo medicina abundava um pouco por todo o lado, e incontáveis espectáculos "médicos" promoviam as virtudes de poções e produtos sem benefício médico algum. Usando o padrão de Hitchens nós temos então que dizer que a medicina tem sido um desastre para a humanidade, e todos os médicos deveriam ser executados!

Se pode haver boa medicina e má medicina, porque é que não pode haver boa religião e má religião?

Vez após vez Hitchens afirma que tudo aquilo de bom que é feito no nome da religião poderia ser feito no nome do humanismo secular. Portanto, conclui Hitchens, a religião nada contribui para o bem geral.

Ele parece não se aperceber do ponto mais importante: existem pessoas que fazem muitas coisas boas motivadas apenas pela sua fé cristã, coisas essas que elas não fariam de outro modo. As pessoas poderiam muito bem ser compassivas e generosas no nome do humanismo secular, mas o facto permanece que elas mais frequentemente o são no nome da religião cristã.

Conclusão:

Sem dúvida que os cristãos poderiam fazer muito mais, e as acusações de Hitchens, embora feitas com um mau espírito, obrigam-nos como cristãos a "examinar-mo-nos a nós próprios" (1 Cor 11:18, 2 Cor 13:5) para vermos se estamos a ser boas testemunhas do Senhor Jesus Cristo. No entanto, uma avaliação imparcial dos factos vai conduzir qualquer pessoa objectiva a concluir que a religião, e o Cristianismo em particular, têm sido e continuam a ser uma força poderosa para o bem pessoal e social.

Mateus 5:16
Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus


Modificado a partir do original

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