quarta-feira, outubro 13, 2010

Planta do tabaco liberta químico que atrai predadores de lagartas

Mais sistema biológico que não pode ser explicado como o resultado de um lento acumular de mutações favoráveis.
Planta do tabaco liberta químico que atrai predadores de lagartas

Os investigadores europeus Silke Allmann e Ian Bradwin descobriram que as folhas das plantas do tabaco produzem um químico capaz de atrair insectos predadores que se alimentam dos seus atacantes - as lagartas.

O estudo foi publicado na Science e explica que é a saliva da lagarta que activa o processo, quando se mistura com os químicos produzidos pela planta (os green leaf volatiles, mais conhecidos por GLV, normalmente libertados pelas folhas das plantas ).

A descoberta surgiu pela análise de comportamento das plantas de tabaco na presença da lagarta Manduca sexta (o horn-worm do tabaco), cuja saliva activava a produção do químico de alerta e subsequentemente atraía insectos, como o Geocoris, que se alimentam das larvas e dos seus ovos. O Geocoris é benéfico, embora por vezes seja confundido com uma praga.

O próximo passo dos investigadores foi levar a cabo uma experiência que lhe permitiu averiguar o factor determinante para o Geocoris detectar a sua presa. Para isso, criaram duas amostras: a uma planta de tabaco colaram ovos de lagarta e a outra ovos de lagarta com a sua saliva.

Os investigadores concluíram que na planta onde estava presente a saliva foram atacados 8% dos ovos, enquanto na que tinha apenas ovos foram atacados quase 25%.

Desta forma perceberam que a saliva de lagarta não só desencadeava a produção do químico de protecção das plantas de tabaco, como era um dos factores que o tornavam eficaz, já que é por si só o catalisador da acção dos Geocoris na sua busca pelo alimento. O Geocoris é atraído pelo químico modificado, sintetizado pelas plantas, tornando-os aliados dos produtores de tabaco no combate aos parasitas das suas colheitas.

Uma descoberta que resultaram do esforço conjunto de Silke Allmann, do Instituto Swammerdam para as Ciências da Vida, na Holanda, e Ian Baldwin, do Instituto Max Plank para a Ecologia Química, na Alemanha.

Impressionante como a planta descobriu por si só qual o químico certo para atrair os predadores certos para matar este tipo específico de lagarta.

A evolução é sem dúvida engenhosa.

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