sexta-feira, novembro 19, 2010

Mitologia evolutiva: mães e o desenvolvimento do cérebro

A New Scientist atribuiu à uma mitológica mãe-macaco do nosso passado o facto de nós termos cérebros volumosos. Michael Marshall escreveu, “Agradeçam às mães pelo cérebro enorme dos macacos.

Como evidência para este mito ele citou dois estudos feitos por dois cientistas londrinos. Estes compararam o tamanho do cérebro com a taxa metabólica de centenas de mamíferos marsupiais e mamíferos placentários (como referência, nós humanos pertencemos ao último grupo).

Segundo explicou Vera Weisbecker (Universidade de Cambridge), "os bebés placentários estão conectados às suas mães através da placenta durante um longo período de tempo". A Dra Vera convenientemente esqueceu-se de explicar o porquê das conexões interiores serem superiores às conexões exteriores (como a bolsa e o mamilo).

A partir do facto dos placentários estarem longos períodos conectados às mães a Dra Vera abandonou a ciência e entrou no domínio da mitologia evolucionista:

Portanto, se a mãe tem uma taxa metabólica elevada, o bebé é mais susceptível de beneficiar disso.
Se isto é assim, então coitados dos cangurus e dos "wallabies". Estes não tem direito a um cérebro tão desenvolvido como o nosso, os placentários.

A mitologia continua com as palavras de Marshall:

Por contraste, não só os bebés marsupiais nascem enquanto ainda são muito pequenos como também passam longos períodos de a alimentarem-se do leite materno - uma forma mais lenta de desenvolver um cérebro grande.
Claro que ele disse isto sem fornecer nenhum gráfico que permitisse comparar a amamentação com o desenvolvimento do cérebro. Como é normal no que a evolução concerne, o que os evolucionistas não dizem muitas vezes refuta o ponto que eles tentam comprovar.
As placentas fornecem um abastecimento contínuo de nutrientes.
Ele afirmou isto sem oferecer uma tabela comparativa entre a nutrição placentária e a nutrição marsupial. Até pode ser que a nutrição dos marsupiais seja superior, mas não podemos saber disso através do artigo.

Há mais um problema: nem todos os placentários possuem um cérebro largo.

No entanto, o par [de cientistas] não encontrou diferença alguma no tamanho médio dos cérebros dos marsupiais e dos placentários - desde que os primatas fossem excluídos da comparação.
Por outras palavras, se incluirmos os primatas aquando da comparação do cérebro entre marsupiais e placentários, o tamanha médio dos cérebros destes últimos é maior. No entanto, se excluirmos os primatas, a média do tamanho é praticamente idêntica.

Devido a isto, a distinção entre os marsupiais e placentários parece ter sido ignorada durante o resto do artigo:

Estes [os placentários] aparentam ter adquirido os seus desproporcionais cérebros devido a um dupla ajuda maternal. Eles são abastecidos por enormes quantidades de nutrientes durante a sua gestação, e depois recebem meses adicionais de cuidados após o seu nascimento.
Aperceberam-se da ilusão? Como não conseguiram mostrar cientificamente que a nutrição placentária tem algum efeito no tamanho do cérebro, o evolucionista mudou a "estória": agora não é só a gestação placentária que aumenta o tamanho do cérebro, mas também "os meses adicionais de cuidados após o nascimento".

Que pena que os marsupiais não ofereçam "meses adicionais de cuidados" após o nascimento dos filhotes, como se pode ver na imagem seguinte.

Os cientistas questionam-se sobre o estranho ser que se pode observar na bolsa deste canguru. Refutada está a alegação de que o mesmo é um filhote a receber "meses adicionais de cuidados após o nascimento".

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