por Frank J. Tipler
Será possível postular a "Causa Sem Causa" na Física para explicar a origem do universo, provando desde logo a existência de Um Deus Pessoal?
No ano de 1966 Stephen Hawking publicou a sua primeira - e totalmente válida - prova da existência de Deus. Durante os 7 anos seguintes ele publicou ainda mais teoremas fortes provando a existência de Deus.
Então como é que Hawking, que com tanto sucesso provou a existência de Deus, permaneceu um ateu? Simples. Ele apenas negou que as pressuposições que ele usou nas suas provas eram verdadeiras. Dentro da lógica, se as pressuposições numa prova são falsas, então as conclusões também são falsas.
Quais foram as pressuposições que o jovem Hawking fez? Ele assumiu que as leis da Física, principalmente a teoria da Gravidade de Einstein, era verdade. Sumariando a sua pesquisa inicial, nomeadamente o seu livro "The Large Scale Structure of Space-Time", Hawking escreveu:
Parece ser um bom princípio que a previsão de [Deus] por parte de uma teoria física indica que a teoria entrou em colapso, isto é, já não providencia uma correcta descrição das observações.
Hawking começou então a trabalhar com a gravidade quântica na esperança de que Deus seria pelo menos eliminado das equações. Infelizmente, isso não aconteceu: Deus era ainda mais Proeminente - e Inevitável - dentro da gravidade quântica do que na teoria da gravidade de Einstein.
No seu último livro, The Grand Design, Hawking depositou a sua fé na teoria M, uma teoria sem suporte experimental algum, e desde logo, não é uma teoria da Física. Para além disso, não só não está confirmado que a teoria M é matematicamente consistente, como também não está provado que Deus tenha Sido Eliminado da teoria M.
Há alguns sinais inquietantes (para Hawking e companhia) que Ele é também Inevitável na teoria M, tal como Ele O é na na teoria da gravidade de Einstein, tal como Ele O é na gravidade quântica.
Apesar do que a imprensa ateísta tenta fazer passar, as coisas estão más para o ateísmo actual. E não deixa de ser extraordinário as voltas que o ateu Hawking dá para evitar o óbvio: Deus existe.
O leitor mais atento vai notar que na citação de cima Hawking não usou a palavra "Deus", mas é isso que ele tem em mente. Para ver isto, vamos ver o que a palavra "Deus" significa.
Considerem as palavras iniciais do Credo de Niceia:
Nós cremos em Um só Deus, o Omnipotente Pai, Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis.Estas palavras dão-nos a definição básica de "Deus" usado por Cristãos e Judeus: Deus é a Causa de tudo, mas Ele não tem causa. Deus é a Causa Primária Sem causa.
Na sua "Second Way" Tomás Aquinas prova a existência da Primeira Causa (Eficiente) Sem Causa e conclui: "ao Qual todos dão o Nome de "Deus" (quam omnes Deum nominant)."
Portanto voltemos aos teoremas do jovem Hawking. Ao seguirmos a história do universo recuando no tempo - ou seja, ao seguirmos as causas deste universo para trás no tempo - Hawking provou que todas estas causas tinham uma Causa Comum; uma Causa Comum que não tinha causa. Esta Causa Comum era a Causa Sem Causa que estava para além do controle das leis da Física, para além do controle de qualquer possível lei da Física. Em vez disso, o universo inteiro começou nesta Causa Sem Causa.
Exactamente da mesma forma que Aquinas usou a palavra "criar", nós podemos dizer que a Primeira Causa sem Causa, cuja existência foi provada há décadas atrás por Hawking, criou o universo. Hawking chamou à Causa sem Causa de "Singularidade", mas dadas as propriedades desta "Singularidade", é óbvio que é Deus de Quem se fala. Por isso é que substitui a palavra "singularidade" que Hawking usou por aquilo que ele realmente significa, de acordo com Aquinas.
Para mostrar que esta Singularidade Cosmológica - a Causa sem Causa - pode-Se manifestar de forma pessoal seria preciso um livro - que eu já escrevi. De facto, a natureza Pessoal de Deus não é feita óbvia através das provas que Hawking dá para a Sua existência. Mas isso também não foi feito óbvio através das provas de Aquinas; ele também precisou de um livro para estabelecer a Natureza Pessoal de Deus.
O que há de mais interessante em relação à prova de existência de Deus por parte de Hawking é que isso pode ser testado de forma experimental, uma vez que é baseado em leis da Física perfeitamente confirmadas. Eu publiquei um artigo num jornal arbitrado por pares há alguns anos atrás a ressalvar isto mesmo. Eventualmente a experiência vai ser feita, mas isso requer dezenas de milhares de dólares em equipamento.
Portanto, não desesperem, meus companheiros teístas! A recente carrada de best-sellers ateus, supostamente baseados na ciência, é o seu último fôlego. Lembrem-se das palavras de Ghandi:
Primeiro eles ignoram-te, depois riem-se de ti, a seguir lutam contra ti, mas no fim tu vences.Nós teístas estamos na terceira fase.
Frank J. Tipler is Professor of Mathematical Physics at Tulane University. He is the co-author of The Anthropic Cosmological Principle (Oxford University Press) and the author of The Physics of Immortality and The Physics of Christianity both published by Doubleday.