sexta-feira, dezembro 04, 2009

Aranhas "Suicidas" e Explicações Evolutivas

A origem de um bom número de padrões de comportamento, especialmente entre os insectos, envolvendo um reportório de vários estádios complexos, cada um deles sendo crucial para o sucesso do ritual completo, desafiam qualquer explicação evolutiva realmente plausível.

Alguns padrões de comportamento aparentam envolver o que parecem ser uma forma de altruísmo inter-espécies. Qualquer pessoa que já observou as vespas caçadoras de aranhas em acção é forçado a juntar-se ao zoologista Garrett Hardin e questionar-se com ele:
”De acordo com os princípios darwinistas, porque é que a aranha não tenta escapar da vespa?” - Hardin, G. (1968) 39 Steps to Biology, W.H. Freeman and Co, San Francisco, p 105
Desde o tempo do entomologista Henri Fabre que os naturalistas se questionam a mesma coisa.

William S. Bristow descreve a vespa Pompilus plumbeus a caçar a aranha Arctosa perita:
”Uma Arctosa foi posta num tubo com o diâmetro similar ao do seu habit. Uma Pompilus foi então transferida para o mesmo tubo. Certamente que a aranha atacaria a aranha, e a mataria, certo? Não. Ao primeiro toque da antena vibrante o ataque da aranha foi controlado, e ela ficou imóvel, com as suas pernas cruzadas e entrelaçadas à volta do seu cefalotorax, numa posição completamente não-natural.

Entretanto, a vespa avançou para o seu abdomen e infligiu um ferroada por baixo dela, na regão do seu esterno. Uma paralisia causada por o que eu apenas posso descrever como medo deu lugar a uma paralisia causada pelo veneno. - Bristow, W.S (1958) The World of Spiders, Collins, London, p 177

Petrunkevitch, uma autoridade mundial no que toca as aranhas, descreve a predação que a gigante vespa Pepsis marginata faz à tarântula Cyrtopholis portoricae:
”É um exemplo clássico do que aparenta ser inteligência a lutar contra o instinto, uma vez que a vítima, embora totalmente capaz de se defender, submete-se à sua própria destruição”. - Petrunkevitch, A. (1952) ”The Spider and the Wasp”, Scientific American, 187 (2): 20-23, p21
Qual é o valor de sobrevivência que beneficia este comportamento altruísta das aranhas?

Não são apenas duas ou três aranhas que são facilmente caçadas pelas vespas; praticamente todos os grupos de aranhas são caçados por uma espécie particular de vespas caçadoras de aranhas.

Conclusão:

As palavras acima descritas são baseadas no que o biólogo Michael Denton escreveu no seu livro “Evolution: A Theory in crisis” (páginas 222 e 223 – em inglês). Essencialmente o que ele diz é que há comportamentos biológicos que desafiam a noção simplista de “sobrevivência do mais forte” inicialmente promovida por Darwin. Que tipo de “sobrevivência” pode haver em formas de vida que, embora sendo capazes de se defenderem a si mesmas, submetem-se à morte para o bem de outrem?

Se, como afirmam alguns crentes ateus, o nosso propósito é propagar mais dos nossos genes, como é que a teoria da evolução explica esta observação científica? Ou será que a teoria da evolução afirma que o nosso propósito é o de propagar os nossos genes, excepto quando o nosso propósito não é o de propagar os nossos genes?

1 comentários:

"Que tipo de “sobrevivência” pode haver em formas de vida que, embora sendo capazes de se defenderem a si mesmas, submetem-se à morte para o bem de outrem?"

Chama-se a isso noção de pertença a um grupo.
Acontece no Homem e é explicado pelas mais intrincadas relações sociais. As formigas também dão a vida pela colónia porque o que interessa é que esta prospere.

Mais uma vez, estes reparos à Teoria de Darwin são perfeitamente admissíveis.
Mas, tal como deve saber, hoje, a teoria da evolução já nem sequer é a de Darwin...
É pois uma designada NeoDarwinismo e tem correcções, acrescentos, que Darwin não soube explicar, e fundamentos de ordem prática que foram testados em laboratório.

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