segunda-feira, outubro 05, 2009

O Fóssil Ardi(loso) e o Guisado Irlandês

Um novo elo perdido foi encontrado em África (assumindo que consideramos algo encontrado no principio dos anos 90 como "novo"). Este novo fóssil parece ter passado tanto tempo debaixo de um microscópio quanto o alegado tempo que passou enterrado na Etiópia.

Para além do tempo necessário para se preparar mais esta campanha publicitária, porque é que os evolucionistas demoraram 15 anos a finalmente publicarem a reportagem acerca deste fóssil? Um artigo da revista Science (2002) diz o porquê da demora: os ossos estavam tão "desfragmentados" após a sua limpeza que muitos dos fragmentos tiveram que ser reconstruídos e isso demora tempo (Ann Gibbons, “In Search of the First Hominids,” Science, 295:1214-1219 (February 15, 2002).

Claro que a chave para se demonstrar se este animal era bípede ou não é a forma precisa do pélvis. No entanto notem no que uma das fontes informativas está a referir sobre as condições em que o pélvis foi encontrado:

Um dos problemas é que algumas porções do esqueleto da Ardi foram encontradas esmagadas em pedacinhos e a necessitar de extensiva reconstrução digital. "O Tim White mostrou-me algumas fotos da pélvis quando este ainda estava no solo e o mesmo parecia um guisado irlandês" afirmou Walker.

De facto, olhando para as evidências, diferentes paleoantropólogos chegariam a diferentes interpretações em relação à forma como a Ardi se deslocava ou em relação ao último ascendente comum entre os humanos e os chimpanzés.
(Michael D. Lemonick and Andrea Dorfman, "Excavating Ardi: A New Piece for the Puzzle of Human Evolution," Time Magazine (October 1, 2009).)

Dito de outra forma, diferentes pessoas teriam diferentes interpretações em relação a conceitos básicos do fóssil. Isto é o que faz da teoria da evolução distinta da ciência empírica. Em relação à última não há margem para interpretações: as coisas ou são ou não são. "E" é igual a "mc" ao quadrado ou não é. A fórmula química do sulfato de magnésio ou é MgSO4 ou não é. A fórmula química do hidróxido de cálcio ou é Ca(OH)2 ou não é. Não há lugar para diferentes cientistas terem as suas interpretações pessoais em relação à fórmula química do sulfato de magnésio ou do hidróxido de cálcio. Na ciência operacional as coisas ou são ou não são.

Na ciência histórica/forense as coisas são bem mais subjectivas e mais condicionadas pela percepção do observador. Diferentes paleoantropólogos chegariam a interpretações distintas dos mesmos dados. Isto é importante de se levar em conta quando um ateu afirmar que "a ciência mostra que a Terra tem milhões de anos". Isto é uma interpretação dos dados baseada em certas crenças não comprováveis.

Em relação ainda ao fóssil chamado de Ardi, as mais recentes notícias vindas da revista Science tornam a pôr ênfase em relação aos problemas em torno da sua preservação:

Mas a euforia da equipa [de investigadores] foi moderada pela terrível condição do esqueleto. Os ossos literalmente se desfaziam ao toque. O Dr White chamou-lhes "roadkill" [animais mortos após embate com veículos em alta velocidade]. Partes do esqueleto tinham sido pisados e espalhados em mais de 100 fragmentos; o crânio estava esmagado e reduzido a 4 centímetros em altura.

(Ann Gibbons, "A New Kind of Ancestor: Ardipithecus Unveiled," Science, Vol. 326:36-40 (Oct. 2, 2009).)

A National Geographic coloca as coisas desta forma::
Aparentemente, após a morte da Ardi os seus restos foram pisados pela lama adentro pelos hipopótamos e outros herbívoros circundantes. Após milhões de anos, a erosão trouxe à tona os distorcidos e esmagados ossos. Eles eram tão frágeis que transformariam-se em pó ao mínimo toque.
Conclusão:

Não se deixem enganar por mais este fóssil que "vem incidir mais luz a certos aspectos da evolução"; é mais uma propaganda com o objectivo de esconder os problemas com a teoria da evolução. Lembrem-se que há uns meses atrás o fóssil com o nome de "Ida" era o tal. Onde estão os evolucionistas que o defendiam? Notem o quão voláteis as teorias evolutivas são: o que hoje é "um facto" amanhã é descartado sem remorso.

Os evolucionistas usualmente respondem com frases como "Mas isto é o que ciência é: ela está sempre em constante movimento e mudança. A ciência está sempre a avançar".

Pois, a ciência está sempre a avançar. Infelizmente a mesma nunca parece avançar na direcção que os evolucionistas querem.

Porque será?

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