segunda-feira, abril 18, 2011

Criação ou evolução: evolucionistas negam este dualismo mas usam-no com frequência

Por motivos prácticos muitos criacionistas limitam a discussão das nossas origens a duas teorias, onde a criação e a evolução são as únicas alternativas. Dentro deste quadro as evidências contra um modelo são evidência a favor do modelo alternativo.

Os evolucionistas choramingam e dizem que esta limitação é inválida porque existem outras alternativas.

O criacionista avança segundo a assumpção subentendida de que a criação pode ser validada desacreditando a evolução - uma forma de pensar que não é nem científica nem lógica.
(S. Weiberg , "Review of Origins: Two Models", 1984, página 6)

A própria justaposição da evolução com a Ciência da Criação - o que os Criacionistas chamam de "a abordagem dois-modelos" - é nela mesma falaciosa. Não se pode provar o Criacionismo refutando a evolução.
(Michael Ruse, "A Philosopher's Day in Court", 1984, página 330)

A negação evolucionista tem sido tão bem sucedida que até conseguiram convencer um tribunal federal da existência desse dualismo (citado por "The Biotic Message" na página 457).

O curioso desta situação é que, como a teoria da evolução foi inventada especialmente e unicamente para refutar o argumento do design (brilhantemente proposto pelo Teólogo William Paley), quem inventou a abordagem dois-modelos foram os evolucionistas. As "evidências" evolutivas clássicas não são evidências em favor da evolução mas sim, contra o Criador.

A lógica evolutiva funciona do seguinte modo:

  • Evolucionistas observavam o facto peculiar na natureza. Chamemos-lhe de X.
  • Seguidamente alegam que não faz sentido nenhum o Criador ter criado X.
  • Depois arranjam uma teoria qualquer para acomodar X.
  • Finalmente concluem que a teoria da evolução faz "mais sentido" que o Designer.

Historicamente, o facto X tem sido as aberturas branquiais, a recapitulação de Haeckel, órgãos vestigiais, estruturas estranhas e curiosas (o argumento da "imperfeição"), adaptações semelhantes usadas para propósitos distintos, adaptações distintas usadas para o mesmo propósito, universalidades biológicas, homologias, e a hierarquia em ninho da vida.

Todos estes argumentos foram usados contra o Criador, mas a teoria da evolução não os prevê. Isto é o dualismo original em acção - tradição que pode ser seguida até o próprio Darwin. Como os evolucionistas ainda usam esta lógica (exemplificada no uso de algumas das "evidências" listadas em cima), eles não se podem queixar do dualismo criação-evolução. Eles ainda o usam.

Stephen Jay Gould, Luria e Singer (1981) exemplificam de forma clara este dualismo no seu livro* dirigido ao iniciantes em Biologia (nível universitário):

  • Eles afirmam que as questões biológicas tem "duas potenciais resoluções": ou a criação ou a evolução (página 572). Isto dá legitimidade ao dualismo criação-evolução.
  • Todas as "evidências" usadas em favor da evolução - quer sejam a biogeografia, órgãos vestigiais, embriologia, homologia ou design "imperfeito" - são argumentos explicitamente contra o Criador (combinadas com acomodações plásticas por parte da teoria da evolução - página 576-581). Isto valida o dualismo.

Conclusão:

Há alguns dias atrás um dos evolucionistas que comenta no blogue "Darwinismo" alegou que "há outras alternativas" e que o facto da teoria da evolução poder vir a ser falsificada (como se já não tivesse sido), não significa que o Design Inteligente fica automaticamente provado.

As perguntas para os evolucionistas que pensam assim são:

  • Se é verdade que vocês acreditam na existência de "alternativas" à criação e à evolução, porque é que todas as evidências que vocês usam em suporte da teoria da evolução são evidências contra Deus? Onde estão as evidências contra as "alternativas"?
  • Porque é que Darwin e os seus adoradores têm usado o dualismo criação-evolução desde o princípio, se o mesmo é uma "invenção criacionista"?
Logicamente falando, os evolucionistas tem razão ao usarem o dualismo criação-evolução uma vez que a vida ou é o resultado de Design Inteligente ou é o resultado de um processo não inteligente. Não há meio termo.

A crítica não deve ser feita aos evolucionistas que se apoiam nesse dualismo mas sim aos evolucionistas que negam a existência dessa crença subentendida na sua visão das origens, mas ao mesmo tempo usarem evidências que validam o mesmo dualismo que eles afirmam não existir.

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