domingo, março 18, 2012

Será que é necessário que um médico tenha fé em Darwin?

Por Dr Michael Egnor , médico-cirurgião.

Os indivíduos da "Alliance for Science" patrocinaram um concurso de redacção dirigido aos alunos secundários. Nesse concurso eles pedem aos estudantes que escrevam um texto em torno do tema "O Porquê de Eu Querer Que o Meu Médico Tenha Estudado a Teoria da Evolução".

O primeiro prémio é uma cópia do livro "A Origem das Espécies" de Darwin. O segundo prémio são duas cópias do livro "A Origem das Espécies"! (Brincadeira)

Na verdade, o tema do concurso é hilariante se pensarmos um pouco nele. Será que alguma vez alguém faria um concurso em torno de temas como "O Porquê de Eu Querer Que o Meu Médico Tenha Conhecimentos de Anatomia" ou "O Porquê de Eu Querer Que o Meu Médico Tenha Conhecimentos de Fisiologia" ? Obviamente que não porque todos nós sabemos que estas disciplinas são importantes para a ciência.

É a "biologia" evolutiva importante para a Medicina? Se é, porque é que é preciso fazer essa pergunta?

Na verdade, os médicos não investem muito tempo na teoria da evolução. Eles não a estudam nas escolas médicas e nunca usam crenças evolutivas quando se dedicam a tentar curar os pacientes. Não há disciplinas evolutivas nas escolas médicas. Não há "professores de evolução" nas escolas médicas. Não há departamentos evolutivos nas escolas médicas.

Se precisarmos de tratamento para um tumor cerebral, a equipa médica incluirá um físico (que criou o dispositivo que faz a ressonância magnética), um químico, um farmacologista (que criou o medicamento para o tratamento), um engenheiro, um anestesista (que criou e usa a máquina que nos ministra a anestesia), um neurocirurgião (que leva a cabo a operação médica para remover o tumor), um patologista (que estudou o tumor sob um microscópio e determinou o tipo de tumor ele era), enfermeiras e oncologistas (que ajudam na recuperação e tomam medidas para que o mesmo não regresse).

Não haveria biólogos evolutivos na equipa médica.

Sou professor de neurocirurgia; trabalho e ensino numa escola médica, faço pesquisas em torno do cérebro e, em cerca de 20 anos, levei a cabo mais de 4000 operações ao cérebro. Nunca uso a teoria da evolução durante o meu trabalho.

Será que seria um melhor cirurgião se assumisse que o cérebro é o resultado de causas aleatórias? Claro que não.

Os médicos são detectives. Nós procuramos por padrões e no corpo humano, os padrões presentes possuem toda a aparência de terem sido criados. Começando na estrutura complexa do cérebro humano e acabando no não-menos-complexo código genético, os médicos sabem que os nossos corpos possuem evidências sobrepujantes em favor do design.

É precisamente por isso que a maioria dos médicos - quase 2/3 segundo sondagem nacional - não acredita que o ser humano é o resultado do acaso filtrado pela selecção natural. Ou seja, a maioria dos médicos não acredita que a teoria da evolução seja uma explicação adequada para a vida. Eles observam em primeira mão o design presente na vida.

No entanto, no meu trabalho eu uso muita ciência que gira em torno das alterações que ocorrem nos organismos. A genética é muito importante - tal como são a biologia populacional e a microbiologia. Mas a biologia evolutiva em si, distinta que é destas outras disciplinas, não contribui em nada para a medicina moderna.

Sem usar a teoria da evolução, os médicos e os cientistas descobriram:

  • as vacinas (Jenner, no século 18, antes do nascimento de Darwin)
  • que os germes causam doenças infecciosas (Pasteur, no século 19, e que ignorou Darwin)
  • os genes (Mendel, no século 19, que era um clérigo que nunca chegou a dar apoio a Darwin)
  • os antibióticos
  • e os segredos do código genético. A chave para estas últimas descobertas foi o aparente design da helix dupla do ADN.

Os transplantes de coração, fígado e rins, os novos tratamentos para o cancro e para o coração, e um conjunto de outros avanços benéficos para a preservação da vida humana, foram desenvolvidos sem qualquer input por parte dos biólogos evolutivos. De facto, até hoje, nenhum prémio Nobel da Medicina foi atribuído a trabalho envolvendo a biologia evolutiva.

É seguro afirmar que a única "contribuição" que a evolução fez para a Medicina foi levar-lhe para o horrível caminho do eugenismo. Isto trouxe a esterilização forçada e danos físicos a muitos milhares de americanos. Esta é uma "contribuição" que trouxe vergonha - e não avanço - ao campo da Medicina.

Conclusão:

Portanto, porque é que eu haveria de querer que o meu médico tivesse estudado a teoria da evolução? Eu nunca haveria de querer tal coisa. A biologia evolutiva não é fundamental para a medicina moderna.

Esta resposta, apesar de ser verdade, não serve para se vencer o prémio da 'Alliance for Science'.

Michael Egnor, M.D.

* * * * * * *

Outra coisa que convém notar é que a maioria dos médicos não precisa de esconder as suas suspeitas em relação à teoria da evolução porque a sua posição catedrática não é afectada por isso.

Já os biólogos sofrem mais pressão dos seus pares para aceitar a teoria da evolução como um "facto". Como tal, é normal que muitos escondam as suas reservas em torno da mitologia evolutiva.


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