quinta-feira, dezembro 11, 2008

Criacionismo na Lusolândia

Estas perguntas foram as que o Rui Passos fêz há dias atrás. Com a autorização dele, resolvi pô-las aqui.

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- Quanto tempo tem o teu blogue?

O blogue “Darwinismo” tem cerca de 11 meses.

Em termos de visitas, tem vindo a evoluir melhor ou pior do que o esperado inicialmente?

Se por evolução considerarmos a quantidade de comentários que são postos lá, posso dizer honestamente que é por fases. Há fases boas e menos boas.

- Que percepção tens sobre os portugueses: só uma minoria é receptiva e aceita o criacionismo ou a percentagem é elevada?

Eu acho que muitos portugueses acreditam que Deus criou, mas no que toca a forma e a duração da criação (6 dias normais - Exodo 20:11), eles não são tão dogmáticos em relação a isso. Aliás, mesmo em igrejas evangélicas não há muita informação criacionista.

- A tua “vida” na blogosfera é voltada exclusivamente para questões ligadas ao surgimento da vida, do Homem, o fim da existência humana e outras matérias em que a ciência e a religião se entrecruzam?

Não. No blogue Darwinismo outros assuntos são mencionados.


Sentes-te uma espécie de “pregador” da blogosfera?

Depende do que se entende por pregador. O propósito do blogue é apenas de espalhar informação. Uma das coisas que já aprendi é que as falsas ideologias temem informação não controlada. O comunismo, o nazismo, o islamismo, o aborcionismo, o homosexualismo e todas as falsas ideologias em geral avançam e subsistem melhor quando nós não estamos informados.

O mesmo se passa com o darwinismo. As pessoas assumem que a teoria é firme como o facto de a Terra girar à volta so sól, mas quando no informamos melhor, vêmos que por trás da teoria está apenas uma crença religiosa. Como o Jónatas costuma dizer, religião por religião, mais vale ficar com a cristã. Ao menos essa faz sentido do mundo em que vivêmos.

- Sentes que tens uma formação sólida tanto em termos de conhecimento sobre Deus e a criação mas também em relação à Ciência e à evolução?

Não. Quer em termos de conhecimento de Deus, quer em termos científicos, estou sempre a aprender.

- Há algo de diabólico (no sentido bíblico do termo) no evolucionismo e no ateísmo, enquanto métodos de avaliação da realidade?

No sentido Bíblico uma coisa diabólica é aquela que tem origem ou está de acordo com os desejos malignos dos demónios. Se virmos por esse ângulo, e uma vez que o ateísmo conduz as pessoas à separação e ao tormento eternos (inferno), então podemos dizer que sim, há algo de diabólico nas teorias que removem Deus do Seu Papel de Criador do universo.


Eles são duas faces da mesma moeda?

Elas são, se posso dizê-lo assim, interdependentes. Uma sem a outra fica muito fragilizada. Richard Dawkins afirmou que “Darwin tornou possivel ser-se um ateu intelectualmente realizado” (ing: “Darwin made it possible to be an intelectually fullfilled atheist”). O ateísmo sem o evolucionismo fica sem uma explicação para a origem da diversidade biológica. O evolucionismo assume o ateísmo como ponto de partida.


- Como se explica que haja evolucionistas cristãos?


Cristãos evolucionistas tentam harmonizar aquilo que eles pensam ser um facto científico com a Bíblia. Este esforço é totalmente inconsistente uma vez que o propósito da teoria da evolução é o de precisamente demonstrar que Deus não é necessário como explicação para a origem da biosfera. Os evolucionistas assumem à partida que Deus não está envolvido na origem das espécies, e como tal não é lógico pôr-se no final do processo Aquele que foi removido à partida.

Faz sentido ser-se uma coisa e a outra?


Há muitos cristãos que são ambos, mas como disse na pergunta anterior, não faz sentido. O teísmo evolucionista viola a teoria da evolução, que diz que a vida não é o resultado de Uma Causa inteligente, e viola a Biblia que diz que a vida é o resultado de Uma Causa Inteligente (Revelação 4:11). É logicamente impossível harmonizarem-se estas duas posições.


- O evolucionismo é uma teoria científica ou um ramo da ciência, independente dela e com códigos de conduta que impõe proibições a investigações que concluam algo contrário à evolução?


A teoria da evolução é uma crença filosófica mascarada de teoria científica. E sim, existem proibições e restrições a dados informativos que possam ir contra o darwinismo.


- Há Ciência ou ciências? E há hierarquia e censura internas?




- A adopção massiva do evolucionismo pela ciência significa que o evolucionismo foi e continua a ser entendido como a melhor teoria explicativa das origens ou que houve uma imposição dessa teoria e a censura a opiniões científicas divergentes?

A meu vêr, a adopção massiva por parte dos cientistas da teoria da evolução é o resultado de muitos factores, sendo que um deles é a própria definição de ciência usada hoje em dia. Se se define a ciência como a actividade que procura apenas respostas que estejam de acordo com o naturalismo, então, por definição, alguma coisa parecida com o darwinismo tem que ser verdade. Agora é só uma questão de se descobrir qual a melhor explicação naturalista existente. Qualquer teoria sobre as origens que alege uma causa não restrita pelas leis da Física e da Química (tal como as conhecêmos hoje) tem que ser falsa, não por falta de evidências, mas porque vai contra a definição de ciência usada pelos evolucionistas.

- A teoria da evolução é científica ou tem algo de religioso, no sentido de que parta de princípios não verificados e, portanto, só criados pela imaginação do Homem?


A teoria da evolução é uma crença religiosa mascarada de ciência empírica. Aquilo que a teoria alega, e que é factual, não é exclusivo da teoria. Aquilo que é exclusivo da teoria não é factual.

- Ao reconhecer para si mesma limitações na procura da Verdade absoluta, a ciência está amputada a priori?

Depende do propósito. Se o propósito é apenas saber como o mundo funciona, então não há “amputamento”. Quanto mais se estuda, mais se aprende.

Isso faz dela menos válida do que a fé em Deus?

A fé que assume que podemos entender os mecanismos que operam na natureza, e a fé em Deus não são inimigas uma da outra. Os limites da ciência não a tornam menos válida que a fé em Deus. Os limites da ciência apenas nos dizem que a ciência tem limites.


Não se deveria, isso sim, ser céptico em relação a ambas as teorias, visto que não há provas de que qualquer delas seja “a” verdadeira? Ou há?


Mas o cepticismo em relação a Deus é auto-refutante, uma vez que para se ser um céptico tem que se assumir coisas que só fazem sentido se Deus existe. Para se ser um céptico tem que se assumir que a nossa mente é capaz de produzir pensamentos organizados e lógicos, e que as leis que operam na nossa mente são absolutas e universais (ex: a lei da não contradição é absoluta ou há partes do universo onde dois opostos podem ser ambos válidos?). Mas se Deus não existe, como é que se explica a existência de leis imateriais, absolutas e universais? Como é que se explica a existência de lógica? Se o nosso cérebro é apenas uma massa química que se assemblou por meios aleatórios, porque é que confiamos no que lá se passa? Desde quando é que químicos sabem o que é a lógica?


Portanto, ser-se um céptico em relação à existência de Deus é auto-refutante.

Agora, como a teoria da evolução diz-se ser uma teoria científica, é absolutamente normal ser-se céptico dela. A total falta de observações que confirmem mecanismo darwinista levanta grandes suspeitas em relação a ela.

- Sendo então imperioso acreditar em Deus como fonte da Verdade, porquê o Deus cristão?

O facto de Deus ser a Verdade é uma das muitas razões para se pôr a confiança Nele. Porquê o Deus cristão? Muitas razões:

1. Tudo aquilo que podemos observar está de acordo com o que a Bíblia diz.

2. A História confirma a Bíblia.

3. O Carácter do Senhor Jesus Cristo.

4. As vidas transformadas pelo Poder de Jesus Cristo.

5. O profundo conhecimento da natureza humana.

…e muito mais.

Eis aqui uma boa citação

Josh McDowell in Evidence That Demands a Verdict, citing Sidney Collett’s book All About the Bible, quoted M. Montiero-Williams, a professor of Sanskrit, who said this about Eastern religious texts which he had studied for 42 years:

“Pile them, if you will, on the left side of your study table, but place your own Holy Bible on the right side—all by itself, all alone—and with a wide gap between them. For, … there is a gulf between it and the so-called sacred books of the East which severs the one from the other utterly, hopelessly, and forever … a veritable gulf which cannot be bridged over by any science of religious thought.“


- O criacionismo deve ser ensinado nas aulas de ciências na escola?


Eu acho que os professores deveriam ser livres de apresentar as evidências cientificas que suportem a criação, se eles bem entendessem. O criacionismo não deveria ser forçado nas escolas. Quem quisesse, deveria ser livre do o fazer, desde que apresentasse evidências científicas.


Na educação que é veiculada às crianças do mundo é censurado o conhecimento do criacionismo, através da amputação programática?

Sim.


Ou simplesmente o criacionismo não é incluído nas aulas de ciência por não ser uma ciência?


Não há razões científicas para ser rejeitar à priori o criacionismo. O que há é razões ideológicas. Se podemos ensinar nas escolas que dinossauros transformaram-se em pássaros, mesmo sendo isso uma crença que vai contra o que podemos observar, porque é que não podemos ser livres para apresentar evidências de design presentes na natureza? Portanto o criacionismo não é rejeitado or razões científicas, se a definição de ciência é a procura da verdade.


No entanto, se por “ciência” as pessoas entendem por “naturalismo”, então o criacionismo não é “ciência”.


Mas, para ser mais claro, tanto o criacionismo como o evolucionismo estão fora do domínio da ciência empírica e observável. Ambas tentam explicar eventos passados baseando-se na interpretação de factos presentes. Se uma é ensinada nas escolas, então os professores deveriam ter a liberdade de apresentar as evidências científicas que eles achem que suporta a criação.


- Há quem aponte contradições em textos do Génesis… Ele é verdadeiramente fiável?


Sim, é fiável. As alegadas contradições já foram esclarecidas em muitos sites cristãos.

- A Bíblia deve ser interpretada literalmente em todos os casos?

Não. Quando o Senhor Jesus diz que Ele é a “Porta”, isto não que dizer que Ele é feito de madeira. A meu vêr, a Bíblia deve ser interpretada contextualmente.

Ou deve ser lida integralmente aqui, poeticamente ali, de acordo com algum critério universal?

O “critério universal” é o criterio da leitura contextual. Quando se lêem livros históricos, não se pergunta se o devemos levar literalmente ou não. Quando se lê num livro histórico que os Japoneses atacaram Pearl Harbour a uma certa data, não é lógico perguntar-se se devêmos lêr o texto “literalmente” ou alegoricamente.

Ou o critério é pessoal? Se é universal, que critério é? E se é pessoal, isso não a fragiliza enquanto método universal de procura da verdade?

Eu não sei o que entendes por “método universal de procura da verdade“.

- Sentes-te como Jesus, um pregador minoritário com uma missão evangelizadora?

Como já disse em cima, o propósito deste blogue é apenas e só propagar informação. Quanto mais informados nós estamos mais difícil é sermos enganados. Sim, há uma temática dominante (evolucionismo vs criacionismo) mas daí até eu ser um pregador há uma grande distância. Mas sim, os criacionistas são de facto minoritários.

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