terça-feira, junho 15, 2010

Os "pobrezinhos" palestinos e os "malvados" judeus

Ó DEUS, não estejas em silêncio; não cerres os Ouvidos nem fiques impassível, ó Deus.
Porque eis que Teus inimigos se alvoroçam, e os que Te aborrecem levantaram a cabeça.
Astutamente formam conselho contra o Teu povo, e conspiram contra os Teus protegidos.
Disseram: "Vinde, e desarreiguemo-los para que não sejam nação, nem haja mais memória do nome de Israel."
Porque à uma se conluiaram; aliaram-se contra Ti

Salmo 83:1-4


Parece que cada vez mais portugueses conseguem quebrar a mordaça informativa que nos chega do Médio Oriente, e conseguem ver a verdade por aquilo que ela é: Israel está a defender-se contra um inimigo ideologicamente motivado.
Tentar perceber

O Luís Naves disse: “Carlos do Carmo Carapinha, em Blogue de Direita, parece não ter compreendido esse facto simples. Segundo diz, Israel avisou que existia um embargo, logo, o que fez era justo. Esta lógica esquece um pormenor: além de ser ineficaz, o bloqueio a Gaza é ilegal; aliás, tal como escreve Gabriel Silva, o bloqueio está a ser desafiado pelo Egipto. Israel vai agora bombardear as pirâmides, é isso?

Não, não é isso. Esta conclusão (a das pirâmides) é, aliás, bastante patetinha. Eu não insinuei que basta Israel «avisar» para ser «justo». Que eu saiba, há uma história anterior ao «aviso». A forma como toda esta questão está a ser discutida revela falta de memória e parece poder ser resumida da seguinte forma:

Um belo dia, o tio Bibi e o tio Ehud, em plena paz perpétua com o mundo árabe, encontraram-se:

Bibi: Ehud, ando aborrecido.

Ehud: É do tédio, Bibi.

Bibi: O que fazer, Ehud, o que fazer?

Ehud: Não sei, Bibi.

Bibi: Ah, já sei! Vamos bloquear a Faixa de Gaza!

Ehud: Bora!

A Faixa de Gaza é controlada pelo Hamas. É de lá que têm partido os ataques a Israel. Para se defender, Israel optou pela prevenção, forçando um bloqueio para impedir a entrada de armas em Gaza. Não é de pipocas, pão ou arroz. É de armamento. Como escreveu Esther Mucznick, concorde-se ou não com a decisão de não permitir a acostagem dos barcos, a realidade é que dificilmente Israel podia não reagir ao desafio que lhe foi colocado.

Para todos os efeitos, e sob todos os prismas, a acção "Frota da Liberdade" contituía uma forte provocação política a um Estado soberano. Tanto mais que as autoridades israelitas propuseram a descarga dos alimentos no porto de Ashod (em Israel), para posterior entrega a Gaza.

Luís Naves recusa-se a tentar compreender isto. E a prova disso é que omite, não reflecte, não expõe as razões do bloqueio, apriorísticas a qualquer análise do que se passou, fazendo crer que eu disse que bastava «avisar» para «legitimar». Ora, o «aviso» existe por alguma razão.

O problema passa por aí: ninguém parece estar muito interessado em compreender o que faz Israel e por que razão o faz. Entre: a) ficar mal visto perante a «comunidade internacional»; e b) facilitar a entrada de armas em Gaza, que poderia conduzir à morte de civis israelitas; Israel optou pelo óbvio, ou seja, pelo que aprendeu a fazer de há muitas décadas a esta parte: defender o seu território de ameaças exteriores. Ineficaz? Não creio: o número de ataques a Israel desceu vertiginosamente nos últimos anos.

Não perceber isto, fazendo de conta que o bloqueio existe por dá cá aquela palha, é pouco sério. Coisa diferente, é discutir se esta forma de agir, que fragiliza a imagem de Israel, é benéfica para a causa israelita. Ou seja, se não havia alternativas (menos desproporcionadas), que evitassem a perda de vidas, não contribuindo para a delapidação da imagem de Israel.

Embora reconheça que esta seja uma forma de discussão provavelmente mais própria de quem vive à distância, como nós. Por ali, não há grande margem de manobra para contemplações.

PS: Quanto à questão da «legalidade», não me parece que seja «legal» atacar civis israelitas a partir de Gaza (nunca vi o Luís Naves sublinhar isso). Mas, como é habitual, os palestinianos, à conta de serem os «pobrezinhos» e «sofredores» desta história, parecem deter uma espécie de salvo-conduto que os absolve permanentemente de todo e qualquer acto de agressão, eufemísticamente tratado como «resistência».

Carlos do Carmo Carapinha

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