Claro que nós todos sabemos os motivos que levam a comunidade evolucionista a focar-se nos primatas: eles acreditam que temos um parente comum.Um estudo da Universidade de Pretória descobriu que os animais mais próximos do homem, como o chimpanzé, e mais bonitos, como o leopardo, são mais estudados e alvo de conservação do que os feios, como o peixe-bolha e o glutão. Uma atitude que, admitem os peritos, pode estar a desequilibrar os 'habitats' .
Os animais também sofrem com complexos de estética. Não propriamente por as espécies se acharem mais bonitas ou feias, mas sim pela visão que os cientistas têm delas. Um estudo da Universidade de Pretória chegou à conclusão de que os animais mais bonitos ou com relações mais próximas com o homem receberam muito mais atenção dos cientistas do que aqueles que têm um ar mais feio ou desagradável. Esta negligência pode causar a extinção dos animais menos interessantes.
1 comentários:
Mats:
Tenho pena que não tenha posto logo a fonte deste artigo. Descobri duas possíveis: uma notícia do jornal Guardian e o abstrat do artigo científico a que se refere. E ambas falam da atenção excessiva dada por investigadores para determinadas espécies em risco de extinção em detrimento de outras. Embora acredite que os investigadores ligados à área da Conservação da Biodiversidade aceitem plenamente a Teoria da Evolução, acredito também que um investigador ligado a esta área poderia ser criacionista e ainda assim fazer um bom trabalho.
O artigo científico foi escrito por Morgan Trimble e Rudi van Aarde e apareceu na revista “Conservation Biology” em Fevereiro de 2010. Fez um estudo estatístico de todos os artigos científicos relacionados com a conservação de animais publicados entre 1994 e 2008. E conclui que são referidas 1909 espécies animais (mamíferos, répteis, aves e anfíbios) do Sul de África. Destas uma grande proporção é dedicada a mamíferos grandes (como o chimpanzé e o leopardo), seguindo dos répteis. Os anfíbios e os mamíferos pequenos são as espécies menos referidas.
Os autores do estudo disseram aos jornalistas do Guardian que parecia existir uma preferência por animais que são “queridos” (“the big and furry stuff”, como diz Trimble), ou que são animais de estimação exóticos, ou que são animais que convivem de perto com comunidades humanas. Também é verdade que os cientistas terão mais facilidade em angariar fundos monetários (vitais para a sobrevivência dos grupos de investigação) a grupos financiadores de não cientistas (bancos, instituições governamentais) para estudar animais que estão “na moda”.
É um facto triste que o dinheiro gasto no estudo de animais em perigo de extinção e respectivos habitats não seja distribuído de forma equalitária entre os diferentes animais, e que muitas vezes não chegue aos animais que correm mais risco de extinção. Mas dai sua à conclusão (último parágrafo) vai um grande passo.
E já agora os chimpanzés são apenas uma das muitas espécies de primatas. Muitos primatas são bem, bem pequeninos, pouco maiores que ratazanas. Ou seja são “mamíferos pequenos”. Os tais que têm direito a um artigo científico por cada 500 publicados sobre “grande mamíferos”...
Abstract do artigo científico - http://www3.interscience.wiley.com/journal/123299967/abstract?CRETRY=1&SRETRY=0
Artigo do Guardian - http://www.guardian.co.uk/environment/2010/may/23/endangeredspecies-conservation
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