quarta-feira, dezembro 30, 2009

A Bíblia é um Livro violento?

Dentro da religião ateísta existem grupos de pessoas que se focam no suposto "mal" que existe na Bíblia como forma de justificarem a sua rejeição do Cristianismo. A sua lógica é a de que como a Bíblia é um Livro cheio de "maldade" e "violência", então o ateu é perfeitamente coerente ao rejeitá-la como a Palavra de Deus.

Provavelmente para grande surpresa dos crentes ateus, os cristãos estão bem cientes que a Bíblia é um Livro cheio de violência, crimes, violações, fornicação e outras coisas. Existe uma boa razão para isso.

A Bíblia está cheio de violência e crime (e tudo o mais que os crentes ateus quiserem lá pôr) porque a Bíblia fala àcerca da forma de vida mais violenta que existe sobre a Terra: o ser humano. Como nós somos violentos, e como a Bíblia revela a interacção dO Criador com a Sua mais preciosa criação, é normal que a Bíblia esteja cheia daquilo que os ateus chamam de "maldade". Nós somos maus e portanto um Livro que fale sobre nós teria que conter as maldades feitas por nós.

Ao contrário dos outros livros ditos sagrados ("Alcorão", "Gita", "Origem das Espécies", etc) a Bíblia não só revela-nos como nós realmente somos, mas mostra-nos também os efeitos da nossa conduta. A Bíblia é, por assim dizer, um espelho apontado para a nossa vida. O que nós vemos no espelho não nos agrada e como tal tentamos afastar o espelho de nós (ou afirmar que o espelho está defeituoso). Infelizmente as coisas não funcionam assim. (Aliás, felizmente, as coisas não funcionam assim!)

Uma das primeiras "maldades" a que a Bíblia refere é o assassínio de Abel por parte de seu irmão Caim. A razão que levou Caim a matar o seu irmão é tão actual hoje como o era na altura: inveja. Caim não gostou que Deus tivesse dado preferência às escolhas de Abel e em vez de mudar o seu comportamento, ele mudou o seu relacionamento com o seu irmão.

Isto é equivalente ao que se passa nos dias de hoje. Muitas vezes pessoas bem intencionadas apontam-nos o caminho a seguir e nós, em vez de seguir o conselho que nos é oferecido com boas intenções, mudamos a forma como nos relacionamos com as pessoas que nos tentam ajudar.

Será lógico criticar o Livro que mostra esta má acção?

Outra maldade a que Deus alude na Sua Palavra é a violência que existia antes do Dilúvio. A Palavra do Criador diz:

Então disse Deus a Noé: O fim de toda carne é chegado perante Mim; porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os destruirei juntamente com a terra.Génesis 6:13
Mais uma vez convém perguntar: será que Deus errou em mostrar uma das razões que levaram à destruição do mundo pré-Dilúvio?

Imaginem um livro que diz de si mesmo ter origens no Criador mas que falha em nos mostrar realisticamente as consequências do comportamento humano; será que haveria alguma razão para se considerar o seu autor como sendo Aquele que sabe tudo?

Conclusão:

A especulação ateísta àcerca das "maldades" que se encontram na Bíblia são justificadas até certo ponto. De facto a Bíblia está cheia de maldades. No entanto, essas maldades devem-se à nossa natureza caída e não à Natureza de Deus.

Em vez de se queixarem àcerca da "maldade" existente na Bíblia, os crentes ateus deveriam procurar saber o porquê da Bíblia estar cheia de violência. Provavelmente eles já fizeram esse exercício e não gostaram de ver que toda a "violência" a que a Bíblia se refere parte da maldade do coração humano.

Enganoso é o coração do homem, mais do que todas as coisas, e perverso - Jeremias 17:10.
A tragédia disto tudo é que todo o tempo que o crente ateu perde a apontar a "maldade" da Bíblia fá-lo ficar cego em relação a grande verdade e a grande Mensagem da Palavra do CriadorBíblia:
A vontade de Deus é perfeita boa e agradávelRomanos 12:2
O motivo que leva Deus a revelar-nos a nossa condição não é o de impor fardos pesados sobre a nossa alma, mas o de sabermos que, apesar da nossa natureza caída, da nossa violência, dos nossos assassínios, roubos e tudo o mais, o Criador está de Braços Estendidos Pronto a aceitar de volta quem genuinamente quiser deixar para trás a vida de pecado.

Qual vai ser a tua escolha? Vais continuar a apontar defeitos ao espelho que Deus pôs à tua frente, ou vais aceitar o Plano da Salvação de Deus?

11 comentários:

Muito bom seu texto Mats. Bem coerente. Mas acho que ficou um tanto incompleto.

essas maldades devem-se à nossa natureza caída e não à Natureza de Deus.

Concordo que violência é inerente ao ser humano, ainda mais na época dos eventos narrados na Bíblia. E acredito que nenhum ateu, ou membro da citada religião ateísta, questione isso.

No entanto, o que percebo é que o que a maioria dos ateus questiona não é a violência bíblica praticada por homens, mas sim aquela praticada diretamente ou por ordem de Deus. Como as pragas sobre o Egito, a destruição de Sodoma e Gomorra, a ordem para sacrifício de Isaac, dentre outras.

Imagino que você justifique isso, como fez com relação ao dilúvio, atribuindo os atos violentos de Deus a respostas aos erros humanos. No entanto isso não faz com que sejam menos violentos.

Será que Deus, tão poderoso como dizem ser, não poderia resolver as coisas pacificamente? Ainda mais contra um "inimigo" tão fraco diante dele quanto o ser humano?

Boas,

Se Deus queria tomar a nossa atenção com a biblia devia-a ter lançado em DVD e não por escrito.

Despido Mitos, A violência não é inerente ao ser humano. O ser humano é boa pessoa desde o pricipio, mais tarde é que se começa a corrumper.

Se fossemos seres violentos então todos fariamos o mal a torto e a direito. O facto de podermos decidir entre o bem e o mal mostra que não somos seres violentos por natureza =D

Concordo com tudo o que disses-te (menos a parte de sermos violentos por natureza xD )

Cumps,
JustUnderMe @ www.maisciencia.com

Eu não concordo com isso. No início somos "folhas em branco" com algumas potencialidade genéticas. O ambiente faz o resto. O ambiente potencia a nossa condição genética ou tende a amenizá-la.

Despindo Mitos!
A verdade absoluta de um fato só virá a tona quando passado,presente e futuro estiverem em nossas mãos.Como isto é impossível ao ser humano, julgar a ações de DEUS é temerário,pois possivelmente o nosso juízo estaria obscurecido pela falta de todos os fatos(passado,presente e futuro)A impotência diante das circunstâncias e as nossas limitações nos fazem humanos,e como tais podemos apenas conjecturar.Abraços

Despindo Mitos,
Obrigado pelas tuas palavras.

Deixa-me fazer um breve comentário à pergunta que fizeste.

No entanto, o que percebo é que o que a maioria dos ateus questiona não é a violência bíblica praticada por homens, mas sim aquela praticada diretamente ou por ordem de Deus. (...)Será que Deus, tão poderoso como dizem ser, não poderia resolver as coisas pacificamente? Ainda mais contra um "inimigo" tão fraco diante dele quanto o ser humano?

Esta é uma pergunta legitima, e merece uma resposta honesta. (Isto não quer dizer que as outras respostas não tenham sido).

Eu pessoalmente acho que a pergunta que fazes é resolvida pela fé no Deus que executou o julgamento. Se Deus de facto é Todo Poderoso, Omnisciente, Omnibenevolente e OMnipresente, Ele de certeza que avaliou qual seria a melhor forma de lidar com a situação, e escolheu-a, e como tal nós que confiamos nos Seus Julgamentos, podemos dizer "Se Deus operou assim, é porque era a melhor coisa a fazer".

Claro que tu vais dizer "Ah, mas isso leva-nos de volta para as razões que supostamente nos levariam a confiar Nele".

Exacto. A questão relativa ao "melhor julgamento" é uma questão de confiança em Deus.

Se Deus operou assim, é porque não havia melhor forma.

Espero que isto sirva de alguma resposta..

A violência não é inerente ao ser humano. O ser humano é boa pessoa desde o pricipio, mais tarde é que se começa a corrumper.


O que é que te faz pensar que o ser humano é uma "boa pessoa" desde o princípio?

Se fossemos seres violentos então todos fariamos o mal a torto e a direito.


E não é isso que acontece?

Conheces alguma pessoa que nunca tenha mentido? Conheces alguma pessoa que nunca tenha tido um pensamento errado?

O problema se calhar é na tua definição de "mal".
O facto de podermos decidir entre o bem e o mal mostra que não somos seres violentos por natureza =D


O facto de podermos decidir entre o bem e o mal e escolhermos na sua maioria o mal, mostra que somos maus por natureza [caída].

Just, o que eu quis dizer foi que todos estamos sujeitos a sermos violentos, por natureza. Não que sejamos todos maus. Acho que ambos tentamos dizer a mesma coisa.

Mats, gostei da sua resposta. Me pareceu ser sim uma resposta honesta e sensata.

Concordo que seja uma questão de fé. Mas eu realmente acredito que havendo um deus omnibenevolente, como você disse, ele poderia sim ter resolvido a coisa de outra forma, afinal, ele seria também ominipotente não é mesmo?

Despindo,

Concordo que seja uma questão de fé. Mas eu realmente acredito que havendo um deus omnibenevolente, como você disse, ele poderia sim ter resolvido a coisa de outra forma, afinal, ele seria também ominipotente não é mesmo?


Certamente que a escolha do julgamento de Deus em relação ao pecado nunca vai parecer "100% perfeito" para nós, seres humanos caídos e falíveis. NO entanto, e de alguma forma reiterando o que anteriormente já tínhamos falado, isto é uma questão teológica fundamentada na fé.

Sim, Deus tem todo o Poder e Deus ama a todos. Partindo disto, e verdadeiramente aceitando estas premissas, nós podemos confiar nos Seus Julgamentos, mesmo quando não os entendemos.

Não sei se és pai ou não, mas deixa-me dar um exemplo: imagina que a minha filha ou o meu filho de 12 anos me pedem para ficarem acordados até às 2 da manhã a ver desenhos animados. Eu, nem nenhum pai consciente, aceitaria tal coisa.

Mas vamos ficar no lugar da criança; para ela não faz sentido nenhum, certo? Ela não sabe à cerca do desgaste mental, dos problemas de visão e concentração escolar, e de outras coisas que o excesso de TV faz às crianças. Se eu for a dar todos os detalhes médicos e científicos, achas que ela vai mudar de ideia? Provavelmente não.

O que é que eu posso fazer? Deixá-la gastar o seu cérebro dessa forma, ou proibir tal acto, esperando que no futuro ela possa olhar para trás e ver que foi a melhor opção?

Eu não leio o Pensamento de Deus, mas confiou NEle no que toca os Seus julgamentos. Há muita coisa como cristão que ainda não entendo, mas como sei que Ele é Bom, que nos ama a todos, e que tem o melhor em vista para nós, eu estou seguro que tudo o que Ele faz é para o nosso bem, mesmo que nós não entendamos porquê.

Repito, a tua questão é válida, e estou seguro que não há cristão que nunca tenha pensado em tais coisas. A resposta está no conhecimento que nós temos de Deus.

Se sabemos como Deus é (Bom, Todo Poderoso, etc), a nossa alma pode descansar e dizer "Deus, eu não entendo, mas eu confio".

Deus tem todo o Poder e Deus ama a todos. Partindo disto, e verdadeiramente aceitando estas premissas, nós podemos confiar nos Seus Julgamentos, mesmo quando não os entendemos. (...) Há muita coisa como cristão que ainda não entendo, mas como sei que Ele é Bom, que nos ama a todos, e que tem o melhor em vista para nós, eu estou seguro que tudo o que Ele faz é para o nosso bem, mesmo que nós não entendamos porquê.

Exatamente!

Ou acreditamos no que relata a Bíblia e ignoramos ou desacreditamos qualquer evidência contrária, mantendo a nossa fé, ou acreditamos que o que a Bíblia diz não passa de mitologia, como acontece com tantas outras crenças.

Essa é a questão que nos coloca em lados opostos no debate.

Você escolheu crer na Bíblia, apesar de sua inconsistência.

Eu escolhe não crer na Bíblia, dadas as suas inconsistências.

Despindo,

Ou acreditamos no que relata a Bíblia e ignoramos ou desacreditamos qualquer evidência contrária


Mas não há evidência contrária.

mantendo a nossa fé, ou acreditamos que o que a Bíblia diz não passa de mitologia, como acontece com tantas outras crenças.


Mas o facto de outras religiões, incluindo o ateísmo, julgarem que a Bíblia é mitologia, não quer dizer que o seja de facto.

Essa é a questão que nos coloca em lados opostos no debate.

Você escolheu crer na Bíblia, apesar de sua inconsistência.



Mas eu escolhi crer na Bíblia por causa da sua consistência.

Eu escolhe não crer na Bíblia, dadas as suas inconsistências


Tens o direito a ter a tua fé.

You're doing it right!

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