Com frequência nos é afirmado pela elite evolucionista que as evidências para a evolução neo-darwinista - onde a impessoal selecção natural juntamente com as mutações aleatórias são as forças motoras por trás da complexidade e diversidade da vida biológica - é "sobrepujante". No entanto, e apesar da publicitada confiança darwinista, ventos de dissensão podem ser encontrados em publicações científicas.
Um artigo publicado no ano passado em "Trends in Ecology and Evolution"[1] reconhece que existe um "debate salutar àcerca da suficiência da teoria neo-darwiniana como explicação para a macro-evolução".
Convém ressalvar um ponto importante: "macro-evolução" é o que as pessoas têm em mente quando se fala de evolução. A transformação de um dinossauro para um pássaro é um exemplo de "macro-evolução". "Micro-evolução" (que não é o mesmo que evolução) é apenas e só variação genética dentro de um tipo de animal. Por exemplo, se um par de gatos pretos procriar entre si e der à luz gatos brancos, cinzentos, pretos ou amarelos, isso é um exemplo de variação genética e não de evolução.
O que acontece com muita frequência, e muito devido ao facto de não haver evidências que confirmem a "macro-evolução", os darwinistas usam uma ocorrência de "micro-evolução" (variação) como evidência para a "macro-evolução". Ou seja, usam o exemplo de um evento não controverso, e aceite pelos criacionistas, como evidência exclusiva para a sua religião evolucionista. Isto é, no mínimo, desonesto.
Os cientistas estão a mostrar com mais frequência que não se pode extrapolar da variação para a evolução. Isso deve-se muito ao facto do progresso informacional ser distinto numa e na outra. Enquanto que na variação a informação genética presente mantém-se ou reduz, na evolução ela tem que aumentar. Onde não havia informação para codificar asas, bicos e pulmões específicos para o vôo, essa informação apareceu. De onde é que ela apareceu é que os darwinistas não dizem.
No princípio do corrente ano, Günter Theißen do Departamento de Genética da "Friedrich Schiller University" (Jena-Alemanha), escreveu na publicação científica "Theory in Biosciences" o seguinte:
Embora nós já tenhamos um bom entendimento da forma como os organismos se adaptam ao seu meio ambiente, muito menos se sabe àcerca dos mecanismos por trás da origem das novidades evolutivas, processo distinto da adaptação. Apesar dos inegáveis méritos de Darwin, explicar como é que a enorme complexidade e diversidade dos seres vivos no nosso planeta se originaram permanece um dos grandes desafios da Biologia.[2]
Por outras palavras, embora se possam explicar os fenómenos por trás da variação genética, o conhecimento adquirido no estudo deste processo leva os cientistas a afirmar que o mesmo é distinto do processo através do qual os seres vivos se originaram.
Um criacionista não o teria dito melhor.
Conclusão
As palavras acima referidas por cientistas não criacionistas confirmam o que os últimos têm afirmado há já algum tempo:
1. Os evolucionistas não estão unânimes em torno da teoria da evolução (contrariamente ao que alguns evolucionistas acreditam)
2. Variação genética não explica a origem dos seres vivos.
3. Jornais científicos estão repletos de artigos feitos por cientistas não criacionistas a criticarem um ou mais aspectos do dogma darwinista.
A pergunta que se pode fazer é: como é possível que publicações científicas deixem passar artigos tão problemáticos para o darwinismo, especialmente numa altura que a teoria está debaixo de fogo cerrado?
Alguns artigos passam a censura darwiniana porque, apesar de atacar a teoria da evolução, atacam também qualquer intenção de se propôr uma alternativa não naturalista. O artigo da Evolution News é mais detalhado nesse aspecto.
Os ditos artigos atacam Darwin mas deixam o campo de acção vazio de alternativas, o que faz com que os naturalistas voltem a cair no barco evolutivo.
A ideia com que ficámos depois de ler as palavras dos cientistas que criticam o darwinismo, é a de que a razão pela qual a teoria da evolução goza do seu estatuto exclusivo, prende-se não as evidências confirmatórias, mas sim ao facto de ser a única que está dentro do naturalismo.
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Referências citadas
[1]. Michael A. Bell, "Gould’s most cherished concept, review of Punctuated Equilibrium by Stephen Jay Gould. Belknap Press of Harvard University Press, 2007," Trends in Ecology and Evolution, Vol. 23(3):121-122 (2008) (emphasis added).
[2]. Günter Theißen, "Saltational evolution: hopeful monsters are here to stay," Theory in Biosciences, Vol. 128:43–51 (2009).
[3]. Günter Theißen, "The proper place of hopeful monsters in evolutionary biology," Theory in Biosciences, Vol. 124:349–369 (2006).
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