A monarca começa a vida como um ovo colocado por uma borboleta adulta nas plantas de uma serralha comum, a Asclepias syriaca. Inicialmente, ela é do tamanho da cabeça de um alfinete. Quando 3 a 12 dias depois, o ovo eclode, a pequena borboleta (ainda na forma de uma mini minhoca) possui 8 pares de pernas (de forma a movimentar-se na planta hospedeira) e uma boca arquitectada para mastigar pétalas (o que ela o faz de forma voraz). Mas só as plantas da serralha servem; nenhuma outra planta serve.
A serralha possui uma seiva branca e pegajosa que, embora altamente tóxica para os outros animais, não afecta a larva de borboleta de forma alguma.
À medida que a lagarta de borboleta vai comendo, ela vai crescendo. Passado algum tempo, ela fica demasiado grande para a sua pele, e como tal, a mesma divide-se e de dentro sai a lagarta com uma nova e mais espaçosa pele pronta a ser preenchida. Durante cerca de duas semanas, isto é tudo o que a lagarta faz: come plantas, cresce, muda de pele, come mais plantas, cresce um pouco mais, muda de pele outra vez. Este processo vai-se repetir cinco vezes.
Finalmente ela pára de comer. De seguida ela encontra um lugar protegido, pendura-se de pernas para o ar, tece uma ligação em seda, e muda de pele mais uma vez. No entanto, desta vez o que sai de dentro desta nova pele não é uma larva maior, mas sim uma "embalagem" compacta, sem pernas, sem olhos e sem partes corporais visíveis chamada de pupa, encapsulada numa crisális. Não é multicolorida como a lagarta, mas é verde viva contendo manchas amarelo-dourado.
Embora do exterior não se descortine movimento algum, no seu interior há muita agitação biológica. O coração ainda bate, mas os restantes órgãos corporais assemelham-se a gelatina verde (enquanto toda a massa se reforma a ela mesma até se transformar numa criatura completamente diferente). A cor verde escurece até se transformar em castanho. Gradualmente a cor muda enquanto a crisália vai clareando. A dada altura, as cores laranja e preto podem ser vistas. São as cores da borboleta adulta.
Finalmente, e após cerca de duas semanas, a crisália abre-se e uma borboleta adulta emerge. Possui 6 pernas longas, uma boca que é um probóscide (usado para atingir o interior das flores de modo a ingerir o néctar das mesmas) e dois pares de asas enrugadas que rapidamente se expandem à medida que fluido é injectado nas suas veias. Enquanto elas se expandem, a borboleta lentamente agita-as para a frente e para a trás (com os seus recentemente adquiridos músculos para o voo) até que as mesmas se encontrem secas, e de modo a que elas, estendidas, fiquem rijas e prontas a voar.
Eis aqui a tua missão, caro evolucionista, caso a aceites:
Explica como é que a transformação acima descrita pôde ocorrer aleatoriamente, como o resultado de erros genéticos (filtrados pela selecção natural), sem propósito, sem inteligência envolvidas, guiada apenas pela sobrevivência do mais apto, à medida que uma criatura primitiva sem asas gradualmente evoluiu até se transformar numa borboleta voadora.
Qual é a fase do processo acima descrito (chamada de metamorfose completa) podes suspender por um bocado na sua evolução gradual? Se apenas uma enzima está em falta, como é que a transformação ovo-larva-pupa-adulta acontece? Tudo tem que estar presente , funcional, na altura certa, senão a criatura morre.
Ou tudo funciona ou nada funciona.
Mas não nos contes "estórias" da carochina; oferece uma explicação científica que não seja descartada por um geneticista como ridícula. Não chames a isto um "milagre da natureza", a menos que estejas disposto a aceitar a existência de design inteligente e criativo no teu deus a que tu dás o nome de Natureza.
Não nos mostres como é que outras metamorfoses acontecem como forma de explicar esta metamorfose. Lembra-te: funcionamento não explica origem. O facto de explicares como é que um sistema funciona não serve de evidência para a forma que tu *pensas* ela veio a existir. Mostra de forma lógica e coerente como é que *esta* metamorfose veio a existir de forma gradual, sem inteligência envolvida em nenhuma parte do processo.
Este texto não se vai auto-destruir!
Não temas, ó terra: regozija-te e alegra-te; porque o Senhor fez grandes coisas - Joel 2:21
Modificado a partir do artigo original
17 comentários:
Mats:
O desafio é difícil, concordo. Põe-se então a questão: valerá a pena perder dias, semanas, meses (quem sabe?) a aprender a fundo todos os conceitos associados à vida de borboleta, seguido da análise de todos os artigos relevantes apresentados pelos cientistas especialistas das áreas referidas no texto para poder responder ao pedido do Mats?
É que mesmo que todo esse trabalho levasse á conclusão de não ser possível a aplicação da teoria da Evolução às borboletas, esse facto não torna a proposta de um design inteligente automaticamente verdadeira.
Este facto é tão importante que o volto a referir: a inviabilização da teoria da Evolução não transforma automaticamente a proposta do design inteligente numa teoria científica.
E se a Ciência não conseguir ainda explicar processo de evolução de um insecto até “ser” borboleta? Porquê fazer disso um drama? Porquê essa necessidade de as teorias científicas serem obrigadas a apresentar, como se de um dogma se tratasse, justificações absolutas para todos os processos que ocorrem no Planeta Terra. Enfim, quando é que vai interiorizar que apresentar justificações absolutas não é fazer Ciência?
Imputar a uma entidade divina todos os fenómenos que a Ciência não consegue (por ora) explicar tem duas consequências negativas (pelo menos):
1 – Não vale a pena a Ciência prosseguir o estudo do fenómeno, pois este ocorre por obra divina segundo os processos que a entidade divina escolheu;
2 – A Ciência consegue, no futuro, encontrar uma explicação plausível para o fenómeno deixando de ser necessária a actuação da entidade divina.
No primeiro caso a Ciência pára! Entramos numa espécie de Idade das Trevas, tal e qual como quando a Ciência esteve refém dos ensinamentos de Aristóteles. No segundo caso parece “criar-se” uma razão para concluir que não existem entidades divinas (porque, supostamente, não são necessárias).
Ora eu creio na possibilidade de existência de uma entidade divina (ou até mais!). Não sou ateia, sou agnóstica. Mas, tal como Stephen Jay Gould, defendo que o papel da Ciência não é estudar os desígnios de uma entidade divina. Esse é o papel da Religião.
P.S.: O facto de Darwin ter errado em alguns factos não inviabiliza a teoria da Evolução. Os livros de Darwin não são textos sagrados. Darwin não é um santo, não é um profeta e muito menos é Deus. Darwin é um ser humano, que como tal tem o direito a errar e tem o direito a propor hipóteses que hoje em dia, mais de 100 anos após a sua morte, são consideradas ridículas. Afinal a Ciência progrediu muito desde o tempo de Darwin.
Pois é Ana, já cansei de ressaltar ao Mats que hoje a ciência não trabalha mais com a teoria original de Darwin, mas sim com a evolução dela, que como tudo na ciência, ao contrário da religião, está aberta a questionamentos e correções. Mas ele insiste em ignorar tal fato, provavelmente por ser muito mais fácil deturpar e contestar uma teoria desatualizada.
Não sou biólogo, sou matemático. Mas sou fascinado por ecologia e biologia de modo geral. Ao contrário de você, entendo bem o processo evolutivo e sei como ele pode levar ao surgimento, nada aleatório como você pensa, de seres incríveis como tais borboletas. Mas não vou perder meu tempo tentando lhe ensinar algo. Seria como dar murro em ponta de faca.
Se quer mesmo saber como os processos evolutivos acontecem, e principalmente parar de falar besteiras como as que você falou, e ainda atribuiu à ciência, neste texto, faça como todo biólogo evolucionista fez: Curse uma faculdade de ciências biológicas.
Obs: Apenas meu primeiro parágrafo no comentário anterior é direcionado à Ana. Os demais são direcionados ao Mats, autor do blog. Espero que isso tenha ficado claro.
Cara Ana,
O desafio é difícil, concordo. Põe-se então a questão: valerá a pena perder dias, semanas, meses (quem sabe?) a aprender a fundo todos os conceitos associados à vida de borboleta, seguido da análise de todos os artigos relevantes apresentados pelos cientistas especialistas das áreas referidas no texto para poder responder ao pedido do Mats?
Se nada na Biologia faz sentido sem ser à luz da evolução, então tem que haver uma explicação evolutiva para mais este sofisticado sistema biológico.
É que mesmo que todo esse trabalho levasse á conclusão de não ser possível a aplicação da teoria da Evolução às borboletas, esse facto não torna a proposta de um design inteligente automaticamente verdadeira.
Posição curiosa, especialmente se pensarmos como o reverso é acreditaod pelos evolucionistas. ou seja, se não foi criado, então evolui, no entanto então vocês já não gostam da posição alternativa (se não evolui, então foi criado).
Este facto é tão importante que o volto a referir: a inviabilização da teoria da Evolução não transforma automaticamente a proposta do design inteligente numa teoria científica.
Se o sistema não se fez a si mesmo. então foi feito por Alguém. Não há outra posição.
E se a Ciência não conseguir ainda explicar processo de evolução de um insecto até “ser” borboleta?
A ciência ou a teoria da evolução? Porque é que continuas as assumir que uma crítica à teoria da evolução equivale uma crítica À ciência?
A teoria do design inteligente é a melhor explicação científica para a origem dos biosistemas. A minha crítica é à teoria da evolução e não ao empreendimento científico
Porquê fazer disso um drama? Porquê essa necessidade de as teorias científicas serem obrigadas a apresentar, como se de um dogma se tratasse, justificações absolutas para todos os processos que ocorrem no Planeta Terra.
A teoria da evolução tem explicar a origem de todos os sistemas biológicos porque nos foi dito que nada na Biologia az sentido sem ser à luz da evolução.
Pelas tuas palavras, depreendo que não penses assim. É possível fazer-se trabalho biológico ignorando-se por completo a teoria da evolução.
Enfim, quando é que vai interiorizar que apresentar justificações absolutas não é fazer Ciência?
Imputar a uma entidade divina todos os fenómenos que a Ciência não consegue (por ora) explicar
A ciência ou a teoria da evolução?
tem duas consequências negativas (pelo menos):
1 – Não vale a pena a Ciência prosseguir o estudo do fenómeno, pois este ocorre por obra divina segundo os processos que a entidade divina escolheu;
Mas o facto do processo da borboleta ter uma Causa Divina, não invalida que se possa estudar como funciona. Tu confundes OPERAÇÃO com ORIGEM.
2 – A Ciência consegue, no futuro, encontrar uma explicação plausível para o fenómeno deixando de ser necessária a actuação da entidade divina.
Muito bem. Enquanto a teoria da evolução não mostra como o sistema da borboleta se criou a si mesmo, ficámos com a posição do design inteligente como a melhor explicação.
Ora eu creio na possibilidade de existência de uma entidade divina (ou até mais!). Não sou ateia, sou agnóstica. Mas, tal como Stephen Jay Gould, defendo que o papel da Ciência não é estudar os desígnios de uma entidade divina. Esse é o papel da Religião.
Então porque é que o próprio Gould disse que, graças à teoria da evolução, nós "sabemos" que não fomos criados por Deus? (Se quiseres a citação, diz)
P.S.: O facto de Darwin ter errado em alguns factos não inviabiliza a teoria da Evolução. Os livros de Darwin não são textos sagrados. Darwin não é um santo, não é um profeta e muito menos é Deus. Darwin é um ser humano, que como tal tem o direito a errar e tem o direito a propor hipóteses que hoje em dia, mais de 100 anos após a sua morte, são consideradas ridículas.
No entanto, Darwin é provavelmente o único "cientista" a quem é dedicado um dia em sua homenagem. Onde estão os dias de Newton. Pascal, Faraday, Lineus e muitos outros verdadeiros cientístas?
Aparentemente o Darwin ainda tem alguma importância para pessoas com uma inclinação ideológica específica.
Afinal a Ciência progrediu muito desde o tempo de Darwin.
Verdade, e hoje sabemos que muitas das coisas que Darwin disse estão erradas. A ciência tem vindo a destruir o edifício darwinista com o passar dos tempos.
Despindo Mitos,
Por outras palavras, "Vai estudar!", certo?
É isso que me estás a dizer?
Mats:
Concordo consigo: deviam existir dias dedicados a muitos cientistas. Confesso que Newton não é dos meus cientistas preferidos, porque, pelo que li, era uma pessoa com um feitio insuportável. Lineu, enquanto pessoa também tem muito que se lhe diga. Mas enfim, não se pode negar a genialidade de ambos.
Mas porque não dedicar um dia a Maxwell (um génio afável, desconhecido de muitos), a Faraday (cujo percurso de vida e ética de trabalho são uma fonte de inspiração), a Pauli (que ganhou um prémio Nobel de química e um prémio Nobel da paz), a Lavoisier (que pôs fim à desordem que movia a Química) ou a Mendeleev (que descobriu as leis que regem os elementos químicos), entre tantos outros?
Mendeleev, por exemplo, apresentou a sua teoria da periodicidade dos elementos químicos, que dita as leis que permitem a construção da famosa tabela periódica. “Criou” um dos pilares da Química. Podemos até dizer “Nada em Química faz sentido excepto à luz da Tabela Periódica”. Mendeleiev é um cientista muito mais detestado pelos estudantes (de todo o mundo) do que Darwin é detestado pelos criacionistas, pode crer. Morreu à 102 anos. A comemoração do centenário da sua morte passou despercebida!
Pessoalmente responsabilizo todos os defensores do criacionismo científico e do design inteligente pela importância desmesurada que é dada a Darwin, em detrimento de outros cientistas. Se os criacionistas não passassem tanto tempo a ataca-lo, responsabilizando-o por todos os males do mundo, pessoas como eu não passavam tanto tempo a defende-lo.
Não é o comum mortal que eleva Darwin à posição de santo, é o criacionista que o eleva à posição de demónio. Nenhum homem merece essa vilipêndio. E logo Darwin, que os relatos da época descrevem como afável, acessível, ponderado e calmo. A nível de caracter, comparado com Newton, Darwin era um modelo de virtudes.
É-me impossível compreender essa fixação dos criacionistas por Darwin. Todas as energias despendidas num único alvo. Torna-se monótono. De certeza que existem outros cientistas que apresentaram/defenderam alguma teoria (que não a teoria da evolução) que ponha em causa os textos sagrados dos criacionistas! Que tal escrever um texto sobre isso?
O objectivo da Ciência não é explicar o que é descrito em textos sagrados. Esse papel é o da Religião. Mas o papel da Religião não é encontrar uma explicação racional para explicar fenómenos físicos. Esse é o papel da Ciência. Como disse Gould, Ciência e Religião são dois “magistérios não coincidentes”.
Volto a repetir uma das ideias fundamentais do meu comentário anterior: a inviabilização da teoria da Evolução não transforma automaticamente a proposta do design inteligente numa teoria científica, nem comprova que o designer é o Deus da Bíblia.
P.S.: Disse no seu comentário “o próprio Gould disse que, graças à teoria da evolução, nós "sabemos" que não fomos criados por Deus? (Se quiseres a citação, diz)”. Se a fonte da sua citação defende o criacionismo, o design inteligente ou equivalente, dispenso. No ensaio “Magistérios não coincidentes”, escrito pelo próprio, Gould descreve-se como “eu, o judeu agnóstico”. Pela definição da palavra um agnóstico é uma pessoa que aceita a possibilidade de existir uma ou mais entidades divinas, mas que não acredita que essa entidade divina seja o Deus descrito na Bíblia.
Mats:
(Algo que não referi no comentário anterior para não o tornar ainda mais comprido.)
Não é a teoria da evolução que pretende explicar a origem da vida (a tal do “caldo primordial” que já referiu num outro texto). Não, a explicação para a origem da vida baseia-se em reacções químicas e em sistemas com propriedades químicas e físicas específicas (o meio redutor, a acção da radiação UV, as substâncias que os químicos pensam ser os constituintes químicos do caldo primordial, etc.). Resumindo, é uma teoria da QUÍMICA. Dizer que a teoria da evolução tem como objectivo explicar a origem da vida ofende os Químicos, digo-lhe por experiência própria. Pode-se até dizer, sem exagero, que nada irrita mais um químico do que dizer que são os biólogos que estudam a origem da vida. A César o que é de César!
P.S.: Qual a sua definição de “verdadeiro cientista”?
Não Mats, não estou lhe chamando de burro, se é o que pensou. Até porque nota-se que você é uma pessoa bem instruida. Escreve bem, é bom de retórica.
Só acredito que lhe falte conhecimento específico em biologia. Principalmente biologia evolutiva, que vem a ser justamente o que você se dispõe a criticar.
Se quer mesmo entender o processo evolutivo a ponto de ser apto a criticá-lo de maneira que venha a ser levado a sério, acho que deveria ir pelo caminho mais apropriado a isso: um curso superior.
Como fizeram todos aqueles que podem hoje se intitular biólogos evolutivos.
Verdade, e hoje sabemos que muitas das coisas que Darwin disse estão erradas. A ciência tem vindo a destruir o edifício darwinista com o passar dos tempos.
Corrigindo: A ciência não tem destruído o edifício darwinista, mas sim reformado-o, tornando-o ainda mais vistoso e robusto.
E como a Ana já repetiu, invalidar a evolução não valida a teoria do design inteligente. Essa não é uma questão de múltipla escolha. É uma questão aberta.
E só mais uma coisa: não leve a mal, mas se criou a si mesmo, ou a vida se criou-se a si mesma, como já lhe vi escrever, são pleonasmos que chegam a doer no fundo da alma. E olha que eu nem acredito na existência da alma. Seus leitores agradecem se puder evitá-los.
Ana, concordo com você. Também vejo o surgimento da vida como um processo químico, não biológico.
Na verdade costumo dizer que todo processo biológico se resume em um conjunto de processos químicos, que por sua vez se resumem a um conjunto de processos físicos.
Mas no caso do surgimento da vida acredito que a escala mais alta não chega a ser a biológica.
Cara Ana,
Antes de mais, se quiseres, podes me tratar na segunda pessoa do singular. Eu pessoalmente não sou fã de formalismos cibernéticos.
Pessoalmente responsabilizo todos os defensores do criacionismo científico e do design inteligente pela importância desmesurada que é dada a Darwin, em detrimento de outros cientistas.
Claro. Tinha que se nossa culpa.
Se os criacionistas não passassem tanto tempo a ataca-lo, responsabilizando-o por todos os males do mundo, pessoas como eu não passavam tanto tempo a defende-lo.
Mas estás a inverter a lógica. Foram vocês que começaram a atacar o cristianismo usando as fábulas de Darwin. Desde o princípcio que T.H. Huxley usou a teoria de evolução contra a ortodoxia cristã. Não nos culpes se nós respondemos aos ataques.
Existe uma explicação mais lógica para a sobrevalorizada promoção à vida de Darwin, e não é a ciência.
Não é o comum mortal que eleva Darwin à posição de santo, é o criacionista que o eleva à posição de demónio.
É exactamente o contrário. Vocês é que o elevam a posição do "maior cientista de todos os tempos", e nós mostramos que não é assim.
O objectivo da Ciência não é explicar o que é descrito em textos sagrados.
No entanto há muitos cientistas que usam a sua versão da ciência para atacar a Bìblia.
Mas o papel da Religião não é encontrar uma explicação racional para explicar fenómenos físicos. Esse é o papel da Ciência.
Tal como já disse, eu nunca ataquei ou critiquei a actividade científica, mas sim a teoria da evolução. Estares-me a dizer o que tu acredites que é o propósito da ciência é falhar por completo o assunto.
Como disse Gould, Ciência e Religião são dois “magistérios não coincidentes”.
No entanto Gould usava a sua versão da ciência para atacar a Bíblia. Parece que só são não coincidentes numa direcção.
No ensaio “Magistérios não coincidentes”, escrito pelo próprio, Gould descreve-se como “eu, o judeu agnóstico”.
Então porque é que ele disse que, graças a teoria da evolução "we now know that we were not created by a Benevolent God" ? Porque é que ele faz declarações religiosos devido a sua fé na teoria da evolução?
Repito o que disse, que por acaso não comentaste:
Ou o universo foi criado, ou criou-se a si mesmo. Não há alternativas. Evidências contra uma, é evidência para a outra, e vice-versa. Por isso é que voces usam o chamado "bad design argument". O próprio Darwin usou a forma do seu nariz para dizer que ele nunca poderia ter sido criado por Deus, e como tal evolui.
Mats:
Parece tão zangado. Não esteja! Não vale a pena.
Não me leve a mal trata-lo na segunda pessoa do plural. É que sou da velha guarda, é o hábito!
A teoria da Evolução é uma componente da Ciência. Porque, tal como todas as outras teorias científicas tem como objectivo explicar (e também prever) fenómenos físicos. O objectivo da Ciência (da qual a teoria da evolução faz parte) não é questionar a veracidade das narrativas da Bíblia ou de qualquer outro texto sagrado.
Muitos cientistas, biólogos incluídos, são pessoas honestas que fazem com gosto o seu trabalho. Não têm a intenção de ofender ninguém. Seguem a regra apresentada por Gould: O objectivo da Ciência não é explicar o que é descrito em textos sagrados.
Nesta pseudo-luta entre criacionistas e não criacionistas (que são em geral rotulados como evolucionistas ateus pelos primeiros) Darwin é o centro de todos os ataques e, como consequência, de todas as atenções. Repito que disse “Não é o comum mortal que eleva Darwin à posição de santo, é o criacionista que o eleva à posição de demónio“.
No último comentário referi que o estudo da origem da vida é feito por químicos. A datação radioquímica, que é feita utilizando pressupostos e teorias da área da química, aponta no sentido de a Terra ser muito mais antiga do que é referido na Bíblia.
São os químicos, e não os biólogos “evolucionistas”, que põem em causa a narrativa do Génesis. Para já não falar das teorias dos físicos em geral (e dos astrónomos em particular) sobre a formação do sistema solar e dos planetas. E as teorias relativas à formação de galáxias, o big-bang, etc.
Mesmo que a teoria da evolução se revelasse errada, é difícil ditar o mesmo fim às teorias químicas que servem de base ao estudo da origem da vida é à datação radioquímica. Estas teorias têm sido provadas por dados que todos nós podemos observar e acompanhar num “curto” espaço de tempo (minutos ou anos, conforme o isótopo radioactivo que está a ser estudado). Qualquer pessoa pode verificar cientificamente o tempo de decaimento de isótopos radioactivos presentes em todo o tipo de amostras e extrapolar a sua idade.
Mats:
Na verdade existem muitas outras áreas de estudo académico que estudam a Bíblia mais a pormenor. Ainda ontem tentei mandar um comentário relacionado com este assunto a um blog que penso pertencer a um blogger de nome Sabino. Não sei se fui bem sucedida.
Porque não publicar um post sobre os autores que avaliam a Bíblia num contexto histórico e antropológico? Só não desate a chamar-lhes ateus como se isso fosse um nome feio. Primeiro porque alguns deles serão ateus e têm orgulho nisso (estará portanto a fazer-lhes um grande elogio). Depois porque alguns deles são agnósticos e não gostam de ser confundidos (ateu e agnóstico não são sinónimos). Finalmente porque muitos são profundamente religiosos, são cristãos e veneram a Bíblia como texto sagrado que apresenta a palavra de Deus. Chamar a estes últimos ateus é uma grande, severa ofensa.
Ana,
A teoria da Evolução é uma componente da Ciência. Porque, tal como todas as outras teorias científicas tem como objectivo explicar (e também prever) fenómenos físicos.
Se é assim, então o criacionismo Bíblico também é uma teoria da ciência.
Nesta pseudo-luta entre criacionistas e não criacionistas (que são em geral rotulados como evolucionistas ateus pelos primeiros) Darwin é o centro de todos os ataques e, como consequência, de todas as atenções.
É uma atenção que o mesmo Darwin trouxe sobre si ao afirmar que a vida não tinha sido criada, mas que era o resultado de um processo natural.
Repito que disse “Não é o comum mortal que eleva Darwin à posição de santo, é o criacionista que o eleva à posição de demónio“.
Os comuns mortais evolucionistas elevaram sem dúvida Darwin para a posição dum dos maiores (senão o maior) cientistas de todos os tempos.A datação radioquímica, que é feita utilizando pressupostos e teorias da área da química, aponta no sentido de a Terra ser muito mais antiga do que é referido na Bíblia.
>Excepto quando mostra que a Terra não é assim tão antiga.
São os químicos, e não os biólogos “evolucionistas”, que põem em causa a narrativa do Génesis. Para já não falar das teorias dos físicos em geral (e dos astrónomos em particular) sobre a formação do sistema solar e dos planetas. E as teorias relativas à formação de galáxias, o big-bang, etc.
Todas as interpretações que se baseam nos milhões de anos necessários para a evolução estão empiricamente falsas. Nós temos registos históricos da interacção entre dinossauros e humanos, mas de acordo com a "datação evolucionista", tal coisa nunca aconteceu.
Em que é que devêmos acreditar: nos dados da ciência ou na interpretação evolucionista?
Mesmo que a teoria da evolução se revelasse errada, é difícil ditar o mesmo fim às teorias químicas que servem de base ao estudo da origem da vida é à datação radioquímica.
Não estás a falar dos totalmente desacreditados cenários da origem da vida propostos por Stanley Miller e Urey, certo? OS geofísicos já mostraram que não é realísta.
Qualquer pessoa pode verificar cientificamente o tempo de decaimento de isótopos radioactivos presentes em todo o tipo de amostras e extrapolar a sua idade.
Mas essa extrapolação é problemática. Como é que se sabe a quantidade inicial? Como é que se sabe se a taxa de decaimento tem sido constante? Sem se saber isso, ficas sempre ÀS cegas. É por isso e por outras que rochas cujas idades nós sabemos é datada com milhões de anos! Será que isso não é suficiente para se ver que essa datação não funciona?
Se é assim, então o criacionismo Bíblico também é uma teoria da ciência.
Para ser considerada científica, uma teoria precisa primeiro ser aceita pela comunidade científica, sendo necessário para isso passar por rigorosas análises. Já lhe indiquei meu post sobre a Conjectura de Gouldbach para que entenda de que nível de rigor estou falando.
O criacionismo bíblico está longe de passar por tal crivo, tanto que foi aceita uma outra teoria em seu lugar, justamente esta que você tanto ataca.
É uma atenção que o mesmo Darwin trouxe sobre si ao afirmar que a vida não tinha sido criada, mas que era o resultado de um processo natural.
Sim, Darwin trouxe tal atenção para si devido às afirmações que fez. Mas em nenhum momento, até onde eu sei, ele afirmou qualquer coisa a respeito da origem da vida, mas sim a respeito de como ela evoluiu. Veja meu post "Partindo do Deismo", se ainda não viu.
Os comuns mortais evolucionistas elevaram sem dúvida Darwin para a posição dum dos maiores (senão o maior) cientistas de todos os tempos.
Não. Dão a ele o crédito, como dão também a Alfred Russel Wallace, mas não o endeusam. O veem como um grande cientista, assim como veem os muitos outros que você citou, mas não além de nenhum deles. Quem o coloca em destaque, são vocês, o demonizando por verem trabalho dele ameaçando seus mitos.
Todas as interpretações que se baseam nos milhões de anos necessários para a evolução estão empiricamente falsas. Nós temos registos históricos da interacção entre dinossauros e humanos, mas de acordo com a "datação evolucionista", tal coisa nunca aconteceu.
Em que é que devêmos acreditar: nos dados da ciência ou na interpretação evolucionista?
O artigo que você citou não prova nada. Nem a autenticidade do que diz e muito menos a conclusão que você tirou dele. Não chegaria nem a ser levado a sério por uma comissão de cientístas, caso fosse exposto como contraprova à teoria da evolução ou à técnica de datação por carbono 14.
Você realmente acredita que seja lá quem for que lhe convenceu que a datação por carbono 14 é falha entende mais de química do que os milhares de químicos que aprovam e usam tal técnica com sucesso em diversos tipos de aplicação?
Não estás a falar dos totalmente desacreditados cenários da origem da vida propostos por Stanley Miller e Urey, certo? OS geofísicos já mostraram que não é realísta.
Deveria se atualizar. Os experimentos de Urey-Miller foram revisado e aprimorados em 2008, produzindo desta vez todos os aminoácidos necessário à criação da vida.
Algo ter sido contestado, não implica que tenha sido automaticamente descartado, ao contrário do que vc pensa.
Seu chão pode cair a qualquer momento. Se prepare.
Mas essa extrapolação é problemática. Como é que se sabe a quantidade inicial? Como é que se sabe se a taxa de decaimento tem sido constante? Sem se saber isso, ficas sempre ÀS cegas. É por isso e por outras que rochas cujas idades nós sabemos é datada com milhões de anos! Será que isso não é suficiente para se ver que essa datação não funciona?
Faça como a Ana. Curse uma faculdade de química e terá as respostas. E se são mesmo necessárias.
Mats:
O criacionismo científico (ou criacionismo bíblico, como lhe chama) tenta “provar” que tudo o que é referido nos textos bíblicos é uma verdade factual. Tudo o que contrarie os relatos dos textos sagrados é obrigatoriamente ignorado ou descartado pelo criacionismo científico.
Qualquer “teoria” que tenta provar como verdade factual o que é referido num texto não é uma teoria da Ciência. As teorias científicas tentam explicar os fenómenos físicos e não comprovar que um texto qualquer é uma verdade factual.
Embora a datação radioquímica não seja 100% exacta, os estudos científicos têm provado constantemente que este método fornece valores credíveis quando comparados com outros métodos de datação.
Não lhe sei dizer qual a idade da Terra. Mas tenho a certeza, baseada em tudo o que li até agora (incluindo textos escritos por defensores do criacionismo), que a Terra tem bem mais de 10 000 anos (que penso estar perto de limite máximo de anos que os criacionistas concedem à Terra).
Têm sido vários cientistas (bem mais de dois), com uma formação forte em Química, que têm proposto diferentes modelos para a produção e replicação das primeiras biomoléculas. Urey e Miller realizaram as experiências a que se refere à mais de 50 anos e inclusive já morreram. Se vai criticar os modelos propostos para a origem da vida, actualize-se e critique outros.
Enviar um comentário
Os 10 mandamentos do comentador responsável:
1. Não serás excessivamente longo.
2. Não dirás falso testemunho.
3. Não comentarás sem deixar o teu nome.
4. Não blasfemarás porque certamente o editor do blogue não terá por inocente quem blasfemar contra o seu Deus.
5. Não te desviarás do assunto.
6. Não responderás só com links.
7. Não usarás de linguagem profana e grosseira.
8. Não serás demasiado curioso.
9. Não alegarás o que não podes evidenciar.
10. Não escreverás só em maiúsculas.