O meu ensaio em torno do Darwinismo e da Biologia experimental moderna iniciou uma discussão acalorada, no entanto as respostas não oferecem qualquer tipo de evidência para a noção de que a teoria da evolução é a pedra angular da Biologia experimental.
A fisiologia comparativa e a genómica comparativa têm, sem dúvida, sido bastante frutíferas, mas a Biologia comparativa originou-se antes de Darwin e nada deve à sua a teoria.
Antes da publicação do livro "The Origin of Species", em 1859, a Biologia comparativa focava-se maioritariamente na morfologia uma vez que a fisiologia e a bioquímica ainda estavam a dar os primeiros passos; mas a extensão da lógica comparativa para estas sub-disciplinas dependeu do desenvolvimento de novas metodologias e instrumentos, e não dependeu da teoria da evolução ou imersão na Biologia histórica.
Uma carta menciona a evolução molecular directa como a técnica para se descobrirem anticorpos, enzimas e outras drogas. Tal como a Biologia comparativa, esta técnica tem sido frutífera, não é uma aplicação da evolução darwiniana - é o equivalente molecular da procriação clássica.
Muito antes de Darwin, os criadores de animais usavam a selecção artificial para desenvolverem colheitas e animais melhorados. Darwin apenas extrapolou isto numa tentativa de explicar a origem das novas espécies - mas ele não inventou o processo da selecção artificial.
É de se notar que nenhum destes críticos detalhou um exemplo onde a Teoria/Paradigma Geral de Darwin tenha sido guia na pesquisa até atingir os seus objectivos. De facto, a maior parte das inovações não são lideradas por paradigmas mas por hipóteses testáveis e modestas.
Reconhecendo isto, nem as escolas médicas nem as firmas farmacêuticas possuem nas suas instalações divisões para a ciência evolutiva.
Os fabulosos avanços da Biologia experimental dos último século tiveram uma dependência central no desenvolvimento de novas tecnologias e instrumentos e não na imersão intensiva na Biologia histórica ou na teoria de Darwin.
A evolução não é uma característica observável dos organismos vivos. O que a Biologia experimental moderna estuda são os mecanismos através dos quais os seres vivos mantém a sua estabilidade sem evoluir.
Os organismos oscilam em torno dum ponto mediano e se eles se desviam de um modo significativo desse estado, eles morrem. Tem sido a pesquisa desses mecanismos estabilizadores - e não a pesquisa guiada pela teoria de Darwin - que produziu os maiores frutos da Biologia e da Medicina modernas.
Como tal, eu pergunto outra vez: porque é que invocamos Darwin?
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