domingo, dezembro 14, 2008

Resposta ao -COM- Sobre Informação

"Tu podes ter 45 letras ou 10 letras e elas terem a mesma informação.

Errado, estavas a ir tão bem. Substitui, na frase de cima, informação por significado.

Não é necessário substituir nada. Tu podes passar a mesma mensagem quer seja com 45 letras ou até com 10 letras. Tu podes passar a mesma mensagem no papel, no cartão, com fumo, ou até com gestos. A informação é independente do meio através da qual ela é passada. Como tal, o numero de bits não nos diz absolutamente nada sobre a informação, tal como se eu te disser que o meu nome completo tem (por exemplo) 26 letras não te diz qual é o meu nome.
"Até aceito que me digas que este conceito de informação não capta essa parte importante da "história" que é o significado da mensagem. Acontece é que ninguém até ao momento conseguiu quantificar isso de forma a tornar o conceito operacional."

Ninguém conseguiu "quantificar" essa parte da informação porque a informação não é uma entidade quantificável. Como é que quantificas entidates imateriais?

Informação codificada tem sempre uma causa inteligente.
Certo, mas não pelas razões que estás a imaginar. A causa inteligente está na acção de codificar; códigos são sempre criados por seres com algum grau de inteligência e isto vai desde os códigos de comunicação entre os animais até à palavra escrita do homem e inclui as letras AGCT usadas para codificar a adenina, guanina, citosina e timina. A parte da informação não requer qualquer inteligência.

Então estás a dizer que os hieroglífos egípcios não tinham informação nenhuma até o momento em que nós os deciframos? Só depois de sabermos o que eles significavam (isto é, de entendermos o código) é que os escritos antigos passaram a ser informação?

O facto de termos traduzido o código presente lá para o nosso código linguístico não quer dizer que o objecto de estudo não tem codigo nele mesmo. Se pensas assim, então quando traduzes uma lingua para outra estás a inventar outra lingua.

A vida é composta por informação codificada, desde logo tem que ter uma Causa Inteligente.
Errado. Premissa errada. Vê a explicação acima.

Permissa certa. Tu e que redefines o termo "informação" para falares de algo totalmente irrelevante para a biologia.

Não é conhecida nenhuma força natural capaz de gerar sistemas de informação codificada,
Errado. Homens, animais, máquinas geram códigos.

Com a excepção das máquinas inteligentemente programas, todos os outros são seres com inteligencia. A minha frase subentendia a contraposição entre "natural" e "inteligente". Seres inteligente podem criar códigos de informação. Entidades não inteligentes não geram códigos de informação. Como os sistemas biológicos tem um código neles próprios, então a vida tem Uma Causa Inteligente.

e nem sequer aumentar a informação genética.
"Errado. Esse é um assunto por demais debatido e provado pela comunidade de cientistas biólogos. Moscas (a tal da fruta que a sarah palin não gostava), bactérias, virus, etc., dentro e fora do laboratório têm aumentado a informação genética."

Primeiro, a Sarah não disse que não gostava da mosca da fruta. Ela disse que havia coisas mais importantes nas quais se poderia investir o dinheiro.

Segundo, em relação às moscas da fruta, eis aqui uma citação importante:
"Take the example of fruit flies (Drosophila). Morgan, Goldschmidt, Muller, and other geneticists have subjected generations of fruit flies to extreme conditions of heat, cold, light, dark, and treatment by chemicals and radiation. All sorts of mutations, practically all trivial or positively deleterious, have been produced. Man-made evolution? Not really: Few of the geneticists' monsters could have survived outside the bottles they were bred in. In practice mutants die, are sterile, or tend to revert to the wild type."—*Michael Pitman, Adam and Evolution (1984), p. 70.

Por outras palavras, Não houve evolução nenhuma, e as moscas descendentes eram sempre INFERIORES geneticamente às ancestrais. Se uma experiência produz seres geneticamente inferiores, será que se pode usar essa experiência como evidência para um processo (evolução) que supostamente produz seres geneticamente superiores?

Podes lêr o resto das citações aqui.

Conclusão
:
Os teus requerimentos para reconhecermos a informação não são os relevantes para a Biologia. A quantidade de bits não nos diz absolutamente nada sobre a informação que lá está. Não se pode medir fisicamente entidades imateriais, e como tal a falta de "medição" em relação à informação biológica não faz dela menos informacional.
A informação está nas formas de vida, mas nós é que usamos conceitos nossos para extrair do que lá está. O facto de usarmos letras nossas para traduzirmos o que está na vida, não cria a informação no ADN, da mesma forma que usarem-se caracteres do alfabeto ocidental para traduzir o árabe não é inventar a lingua árabe.

1 comentários:

Mats,
antes de mais deixa-me dizer-te que fico muito satisfeito por dedicares um post só para comentar os meus comentários. Isso mostra que estou no caminho certo e que as minhas objecções fizeram-te pensar um pouco no assunto.
Infelizmente não pensaste o suficiente e continuas a fazer uma grande confusão com o conceito de informação: frequentemente deslizas e usas o termo "informação" quando deverias usar "significado". É um abuso de linguagem que não se pode ter, a menos que a intenção seja confundir em vez de clarificar. Várias pessoas, com muito mais dom de palavra do que eu te explicaram onde está o teu erro e, curiosamente até o Ludwig dedicou recentemente mais um post relaccionado com este tema.
Por que estou convencido que qualquer pessoa minimamente inteligente e descomprometida de agendas politicas já percebeu a questão não me vou alongar com mais repetições só para desmontar as confusões que voltas a repetir neste post.
Em caso de dúvida basta ler os meus comentários no teu post "Citação: Informação gera função".
Apenas quero clarificar o ponto acerca dos códigos gerados pelas máquinas: sempre que fazes uma transação bancária, só para citar um exemplo, a informação é encriptada por um código que é gerado aleatóriamente por uma máquina.

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